sexta-feira, 9 de outubro de 2009

«MA NORMANDIE»

O bonito e conhecido cântico «Ma Normandie» foi inspirado ao seu autor e compositor -Frédéric Bérat- durante uma viagem que o famoso ‘chansonnier’ fez em 1836, no barco que o transportou de Ruão (sua cidade natal) até Sainte Adresse, então uma modesta localidade dos subúrbios do Havre. Vista do Sena, a paisagem normanda é, realmente, deslumbrante e convida à meditação. E, não tenho dúvidas, também inspira e apela à criação poética todos aqueles que têm veia de trovador. O que não é, infelizmente, o meu caso. Mas sei-o, por ter ter olhos de ver e por ter feito essa inolvidável experiência, aquando de um cruzeiro fluvial, realizado em 2003 a bordo do navio-escola «Sagres»; e não no ano de 2002, como escrevi neste blog, por lamentável erro, num texto que intitulei «Mas que garboso embaixador !...».

Sem querer enfadar os meus hipotéticos leitores com mais comentários, tenho, no entanto, que aqui deixar as seguintes notas, antes de expor o poema de Bérat à sua apreciação : «Ma Normandie» é o hino (oficioso) da província que os seus versos cantam e, igualmente, o de Jersey. A propósito desta derradeira informação, quero dizer que os habitantes desta ilha do canal da Mancha, outrora, ligada política e culturalmente ao ducado da Normandia, entoam -eles que, a par do inglês, ainda falam um antigo dialecto normando- este hino, aquando de manifestações desportivas e de outros eventos susceptíveis de os identificar e distinguir. Isto, com manifesto desagrado do governo de Londres, que tem tentado, sem sucesso, dissuadi-los dessa sua demonstração de apreço pelas suas raízes francesas.

«Ma Normandie»

Quand tout renait à l’espérance,
Et que l’hiver fuit loin de nous,
Sous le beau ciel de notre France,
Quand le soleil revient plus doux,
Quand la nature est reverdie,
Quand l’hirondelle est de retour,
J’aime à revoir ma Normandie,
C’est le pays qui m’a donné le jour.

J’ai vu les champs de l’Helvétie,
Et ses chalets et ses glaciers,
J’ai vu le ciel de l’Italie,
Et Venise et ses gondoliers.
En saluant chaque patrie,
Je me disais : aucun séjour
N’est plus beau que ma Normandie,
C’est le pays qui m’a donné le jour.

Il est un âge dans la vie,
Où chaque rêve doit finir,
Un âge où l’âme recueillie
A besoin de se souvenir.
Lorsque ma muse refroidie
Vers le passé fera retour,
J’irai revoir ma Normandie,
C’est le pays qui m’a donné le jour.

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