sábado, 28 de novembro de 2009

SOBRE O ALHO...


O ‘Allium sativum’ -nome científico do alho- é uma planta dotada de propriedades curativas reconhecidas há milénios. Com efeito, já no antigo Egipto se fazia a apologia das virtudes medicinais do alho, como o atesta uma preservada folha de papiro datada de 1 500 anos a. C., que contém a receita de vinte e dois tratamentos à base de alho.
Embora esta planta da família das liliáceas ainda não nos tenha revelado todos os seus segredos, a verdade é que os cientistas que a têm estudado estão cada vez mais convencidos de que o alho -além de ser um óptimo desinfectante e de prevenir, com reconhecida eficácia, as doenças cardio-vasculares- dispõe, igualmente, de propriedades susceptíveis de reduzir o risco de cancro no estômago. Certos pesquizadores pensam, com efeito, que os poderosos compostos organossulfurados do alho podem travar a proliferação das bactérias estomacais e, assim, reduzir quantitativamente as nitrossaminas cancerígenas produzidas pelas referidas bactérias a partir dos alimentos. Diga-se, a esse propósito, que já em 1858 Louis Pasteur havia verificado que o alho podia matar certas bactérias; e que, mais perto de nós (em 1983), o bioquímico Sidney Belmam descobriu que a simples essência de alho aplicada na pele de cobaias do seu laboratório novaiorquino permitia parar o desenvolvimento de determinados tumores. Algumas experiências laboratoriais posteriores permitiram detectar efeitos similares no ser humano.
Refira-se, ainda, que alguns estudos bioestatísticos realizados em certas regiões da Europa, deixam legitimamente pensar que alguns grupos humanos, cujos regimes alimentares passam pelo consumo frequente e abundante de alho (habitantes das ilhas de Creta e da Sardenha, por exemplo), são mais poupados pelo cancro do estômago do que os europeus do norte, de cuja culinária essa liliácea foi, infelizmente e definitivamente, banida.
Por outro lado, o investigador norte-americano John Pinto (doutorado em bioquímica) revela que, nos trabalhos que desenvolveu, pôde comprovar que a essência do ‘Allium sativum’ atrasa o desenvolvimento de várias outras células malignas, nomeadamente os tumores cancerígenos da mama, da próstata, do esófago, do cólon, do recto e da pele.
Enfim, aqui fica demonstrado, nestas breves e despretenciosas linhas sobre o assunto (inspiradas, todavia, por leituras que nos pareceram sérias e bem documentadas), que esse indispensável condimento de açordas, de bacalhoadas e de outros sápidos pratos da nossa cozinha tradicional é também óptimo para preservar a saúde. Assim sendo, não hesitem , meus caros amigos, em comer alho. Quanto ao problema do mau hálito, lembrem-se que com uma boa pasta dentífrica e com a posterior masticação de uma maçã o assunto fica praticamente resolvido.

(M.M.S. – texto elaborado em 1999)

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