segunda-feira, 31 de maio de 2010

SÍMBOLOS DE LONDRES


O 'Big Ben' (relógio da torre do Parlamento) e o autocarro vermelho de habitáculos sobrepostos são dois verdadeiros emblemas da capital do Reino Unido

AZULEJOS


Uma nau quinhentista serviu aqui de motivo principal na decoração de um painel de azulejos. Bonito !

OS FILMES DA MINHA VIDA (21)



«SOB A BANDEIRA DA CORAGEM»

FICHA TÉCNICA
Título original : «The Red Badge of Courage»
Origem : E. U. A.
Género : guerra
Realização : John Huston
Ano de estreia : 1951
Guião : John Huston e Albert Band
Fotografia (p/b) : Harold Rosson
Música : Bronislau Kaper
Montagem : Bem Lewis
Produção : Gottfried Reinhardt
Distribuição : Metro Goldwyn-Mayer
Duração : 69 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Audie Murphy …………………………………. Henry Fleming
Bill Mauldin ……………………………………… Tom Wilson
John Dierkes ………………………………..... Jim Conklin
Arthur Hunnicutt …………………………… Bill Porter
Royal Dano ………………………………………. um soldado
Tim Durant ……………………………………… o general
Douglas Dick …………………………………... o tenente
Robert Easton Burke ……………………. Thompson

SINOPSE
Está-se em 1862, numa das frentes de combate da fratricida guerra de Secessão. Henry Fleming, jovem soldado do exército unionista, prepara-se para afrontar as incertezas do seu primeiro combate contra as tropas confederadas. As comversas que ele trava com os seus companheiros de armas versam exclusivamente sobre o comportamento (heróico ou cobarde ?) que cada um deles assumirá perante as investidas do inimigo.
O baptismo de fogo de Henry e dos seus colegas da infantaria nortista (Tom, Jim, Bill e de todos os outros) acaba por ter lugar, finalmente, num amplo vale, por onde avança uma vaga hululante de soldados inimigos. Impressionado pela impetuosidade do ataque do adversário e pelos primeiros mortos da sua unidade, Henry segue as pisadas de bom número dos seus companheiros, que desertam as posições de combate.
Num bosque das imediações do campo de batalha, Henry questiona a sua consciência e reprova a si próprio a timorata atitude que manifestara perante o perigo. E, durante um incidente com outro soldado fujão, é ferido com uma coronhada na cabeça, perdendo os sentidos. Encontrado por um veterano, que o conduz ao acampamento da sua unidade, Henry inventa uma rocambolesca história sobre o seu desaparecimento temporário, atribuindo o lanho que apresenta na nuca a um tiro do inimigo. E adopta uma atitude mais serena, quando Tom, um rapaz do seu regimento, lhe confessa o medo que ele próprio sentiu aquando do ataque dos soldados confederados.
Poucos dias volvidos anunciam-se novos confrontos com o exército sulista. Diante do ímpeto do inimigo, é agora o menos tenso soldado Fleming quem incita os seus companheiros ao combate; e quando o porta-estandarte do regimento é ferido mortalmente, é o outrora timorato soldado quem empunha a bandeira da União e conduz os seus irmãos de armas à vitória.
Os oficiais louvam a atitude heróica de Henry Fleming, que se reencontra a si próprio ao reconquistar a autoestima perdida…

O MEU COMENTÁRIO
O filme «Sob a Bandeira da Coragem» teve como base de inspiração e de trabalho um ‘best-seller’ de Stephen Crane, um antigo combatente da guerra civil americana, que nesse seu livro evoca a solidão, os medos, a bravura e outros actos de cobardia e de glória dos seus camaradas de combate.
A fita foi rodada na Califórnia, na região de Chico e nas terras de um rancho que o próprio Huston (o realizador) possuía no vale de San Fernando. As filmagens no terreno decorreram entre entre 25 de Agosto e 11 de Outubro de 1950, sendo a fita estreada –em Hollywood- em Setembro do ano seguinte. A película foi produzida pela M.G.M. e é considerada uma das melhores jamais realizadas por John Huston.
Curiosamente, este filme –que se inspira numa obra com ressonâncias antibelicistas- tem como actor principal Audie Murphy, que foi o combatente mais condecorado da 2ª Guerra Mundial; um homem que nunca virara a cara ao inimigo que, meia dúzia de anos atrás, ele havia combatido valorosamente na frente europeia; e também um homem que servira, em muitas e diferentes ocasiões, de objecto de exaltação das virtudes militares. Mas, a esse propósito, Huston chegou a declarar à imprensa que havia escolhido o então jovem Audie para representar o papel do soldado raso Henry Fleming porque o considerava um bom actor e não pelo facto de ele ser um herói de guerra. A verdade é que Audie Murphy teve neste seu papel um dos melhores de toda a sua carreira.
Apesar das qualidades patenteadas pelo filme «Sob a Bandeira da Coragem» -ousadia do tema, coragem do propósito, interpretações de grande categoria, etc- a fita foi alvo de uma pateada monumental aquando da sua ante-estreia por espectadores que acabaram por sair da sala de projecção antes que a palavra fim se inscrevesse no ecrã. Perante tão demonstrativo insucesso, os responsáveis da M.G.M. decidiram amputá-la de 26 minutos e mandar proceder a uma nova montagem. John Huston insurgiu-se contra esse atentado ao seu trabalho e acabou por desinteressar-se pelo destino da película. Que acabaria, apesar de tudo e como já acima foi referido, por tornar-se num dos grandes clássicos do cinema hollywoodianos e num filme de referência sobre a guerra civil americana.

(M.M.S.)


Cartaz original de uma das mais emblemáticas fitas de John Huston


O porta-estandarte Henry Fleming (Murphy) e um companheiro, durante uma treva


Cartaz colorido para um grande filme a preto e branco


Outro cartaz norte-americano publicitando a película «Sob a Bandeira da Coragem»


O filme de Huston é baseado no livro de Stephen Crane, combatente da guerra civil. Esta obra foi publicada no nosso país (numa colecção de bolso) pela Europa-América


O meu DVD é originário do Brasil, país onde o filme se intitula «A Glória de um Covarde»

COSTA PEREIRA


Lembram-se dele ? -Chamava-se Alberto da Costa Pereira e defendeu a baliza do Sport Lisboa e Benfica entre 1954 e 1967. Nasceu em Nacala (Moçambique) e praticou basquetebol, vela e atletismo, antes de optar definitivamente pelo futebol. Esteve no Ferroviário de Lourenço Marques até vir para o 'glorioso'. Vestiu a camisola das quinas por 22 vezes. Arrecadou vários títulos de campeão nacional e de vencedor da Taça, além de ter conquistado -por duas vezes- o título de campeão europeu. E logo em finais disputadas contra o F. C. Barcelona e o Real Madrid ! Era fã incondicional de João Azevedo, o famoso guarda-redes (barreirense) do Sporting Clube de Portugal. Nos momentos de azar (e teve alguns), chamavam-lhe frangueiro; mas a verdade é que Costa Pereira foi um dos maiores e mais prestigiados 'porteiros' que jogou no nosso país. Era um atleta alto e elegante, com uma impressionante presença em campo. Vi-o jogar por várias vezes, sobretudo contra as equipas do Barreiro (F. C. Barreirense e Grupo Desportivo da CUF, agremiações das quais cheguei a ser sócio simultaneamente) em finais dos anos 50 e inícios da década seguinte. O Costa Pewreira faleceu prematuramente em 1990, quando contava, apenas, 60 anos de idade...

MOINHO DE MARÉ


Este é o moinho de maré da Passagem, localizado na Amora, concelho do Seixal. É uma das muitas unidades industriais deste tipo que foram construídas -durante séculos- entre o Seixal e Alcochete. Algumas delas (a maior parte) está arruinada e arrisca-se a desaparecer completamente... Porque é que será que neste nosso país há dinheiro para tudo e mais alguma coisa, mas nunca (ou raramente) para ser utilizado na preservação do nosso património histórico ?

CABO DE TRAFALGAR


O cabo de Trafalgar é um promontório pouco elevado da província de Cádiz...


...que aqui se distingue melhor, graças a uma fotografia aérea...


...está localizado no município de Conil de la Frontera, que vive essencialmente do turismo. As suas prais de areia fina são muito procuradas por veraneantes espanhóis e estrangeiros...


...a celebridade do cabo provém do facto de se ter travado, ao largo dele, uma mortífera batalha naval, disputada entre a frota inglesa de Horácio Nelson e a armada franco-espanhola sob as ordens do almirante Villeneuve. Esta vitória da 'Royal Navy' contra os napoleónicos aconteceu no dia 21 de Outubro de 1805

domingo, 30 de maio de 2010

CONTRA-MÃO


CONTRA-MÃO

Sócrates parece aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.
De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedir-se, agradecidos, do Constâncio, e já dão a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.
Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.
Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.
Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?

(texto do jornalista Joaquim Letria, publicado no «24 Horas» de 4 de Maio de 2010)

DISCRIMINAÇÃO


Esta fotografia foi tirada em Oklahoma City no ano de 1939. Mostra um afro-americano bebendo água tirada de um recipiente reservado exclusivamente às pessoas de cor. Esta situação -caricata e tremendamente injusta- durou até aos anos 60 em certos estados norte-americanos


Mas não se pense que esta atitude segregacionista era apanágio dos E.U.A. ou do país do 'apatheid'. Nas nossas 'províncias ultramarinas' a descriminação racial, que se queria mais discreta (ou mais hipócrita), fazia igualmente parte dos costumes. A fotografia acima reproduzida, tirada nos anos 60 por Ricardo Rangel nos Serviços Geográficos e Cadastrais da antiga Lourenço Marques, mostra que, também em Moçambique, as pessoas se dividiam em duas categorias : homens (leia-se brancos) e serventes (entenda-se negros)


Os actores Sidney Poitier, Harry Belafonte (este também cançonetista de renome) e Charlton Heston em Washington, durante uma manifestação pela igualdade de direitos. Note-se que o intérprete de Ben Hur, recentemente falecido, partiu deste mundo com a (má) reputação de ser um homem da direita intolerante, por ter presidido a 'American Rifle Association'. Quando ele era, na realidade e independentemente das suas opções no que respeita a questão das armas, uma pessoa que sempre teve uma atitude digna e progressista em relação à problemética do racismo e dos direitos humanos

OS FILMES QUE EU VI (OU REVI) ESTA SEMANA :


«LUA NOVA» (sala)

Confesso não perceber porque razão é que esta coisa constituiu um sucesso de bilheteira de dimensão universal. Ao mesmo tempo que reconheço ter bocejado várias vezes durante a projecção desta fita, que conta o tormento de uma flausina que, até ao última quarto de hora do desfecho desta autêntica chachada ainda não sabe se o seu coração vai aceitar o namoro de um vampiro ou o de um lobisomem. Mais, jurei a mim próprio ser mais criterioso (se puder...) nos filmes que ainda verei. É que eu já tenho 65 anos de idade e o tempo que me resta terá de ser passado de maneira mais inteligente. Veremos se consigo cumprir a promessa. De qualquer modo, esta coisa inspirou-me um desabafo : Ah ! que saudades eu tenho dos filmes fantásticos de há cinco/seis décadas atrás, quando o cinema nos propunha películas da qualidade de «The Ghost and Mrs Muir» (1947), «La Beauté du Diable» (1950) ou «The Mask of the Red Death» (1964).


«VIAGEM EM ITÁLIA» (dvd)

A crítica reconhece, unanimamente, que esta é uma das películas-chave da obra de Roberto Rossellini. Protagonizada por George Sanders e por Ingrid Bergman, «Viagem em Itália» conta-nos a história de um casal de burgueses originário de Inglaterra, que passa uns curtos dias na região de Nápoles, para tentar vender uma mansão recebida em herança. Após sete anos de união, (que se adivinha periclitante) o casal encara a possibilidade de divorciar. Mas um incidente, aparentemente banal, ocorrido durante uma procissão, vai aproximar esses dois entes com o coração à deriva e incentivá-los a construir uma nova e mais terna relação... O dvd, com cópia deste filme, que eu visionei (e apreciei) faz parte de uma colecção de clássicos do cinema mundial oferecida pelo jornal «Público» aos seus leitores.


«A DUQUESA» (tv)

Este recente e luxuoso filme de Saul Dibb conta-nos o que terá sido a vida -íntima e pública- de Georgiana Spencer, esposa de William Cavendish, quinto duque de Devonshire. Gostei bastante da requintada reconstituição da época (século XVIII), que surpreende, entre outras coisas, pela magnificência do guarda roupa; que foi, como é sabido, recompensado com um óscar. Também apreciei a interpretação dos actores principais : Ralph Fiennes, Keira Knightley, Charlotte Rampling, etc, com particular destaque para o primeiro, que interpreta, nesta película, o papel de um marido que se sente esbulhado, por ter contraído matrimónio com uma mulher bonita e inteligente, mas incapaz de lhe dar um herdeiro do sexo masculino. Este filme é também revelador de quão longo e difícil foi -par as mulheres- percorrer o caminho que as conduziu de um estatuto de inferioridade e de dependência até à emancipação, que conquistaram já no decorrer do século XX. Passando, progressivamente, da situação de simples conceptoras de filhos e/ou objectos decorativos a seres humanos de pleno direito. Penso que sendo a duquesa de Devonshire uma ascendente de Diana Spencer (a famosa Lady Di) o filme também quis estabelecer um paralelo entre o destino de duas mulheres unanimamente amadas, salvo pelos maridos… Enfim, eu gostei deste filme, que aparece na esteira de outros êxitos com fundo histórico e que conferem ao cinema britânico dos nossos dias um reconhecido cunho de qualidade.


«O HOMEM QUE QUERIA SER REI» (dvd)

Realizado em 1988 por John Huston, com base num livro homónimo de Rudyard Kipling, «O Homem que Queria Ser Rei» é um excelente filme de aventuras exóticas, protagonizado por Sean Connery, Michael Caine e Cristopher Plummer. Conta-nos a história de dois ex-sargentos do exército colonial britânico que, depois de desmobilizados e de terem levado uma vida de deambulações pela Índia de finais do século XIX, decidem viajar até uma longínqua e recôndita região dos Himalaias. Com o confessado intuito de ali conquistarem -valendo-se da sua experiência militar- o estatuto de senhores feudais. Este filme de grande qualidade técnica e interpretativa é uma delícia, proporcionando àqueles que o vêem pela primeira vez, ou aos outros que (como eu) já o visionaram em várias ocasiões, 130 minutos de puro prazer. A cópia videográfico de «O Homem que Queria Ser Rei» já está à venda, há algum tempo, no nosso país. O meu dvd (que também tem legendagem em língua portuguesa) foi adquirido em Espanha; onde este material cultural custa, regra geral, metade do preço praticado em Portugal. Vá lá saber-se porquê...


«A ÚLTIMA CANÇÃO» (tv)

Programado pelo canal Hollywood, este já velhinho filme de Clint Eastwood (1982) foi um fiasco comercial total nos Estados Unidos. É que as pessoas nunca aceitaram ver o duro e invencível herói a que estavam habituados, na pele de um ‘looser’; na pele de um guitarrista de aspecto descuidado, pilha-galinhas, alcoólico e tuberculoso. O guião de «Honky Tonk Man» (t.o.) foi colhido nas páginas de um romance de Clancy Carlile e a rodagem da película foi financiada pela Malpaso, a produtora de Eastwood. Conta-nos a história de Rod Stovall, um músico de ‘country’ que nutre o sonho de se apresentar e de triunfar na mais emblemática sala de espectáculos de Nashville. A acção decorre durante a Grande Depressão e o filme é transversalmente atravessado pelo drama que essa megacrise económica impôs aos norte-americanos; sobretudo aos rurais do Oklahoma, que, para além do mau momento económico que os arruinou, também foram afectados por calamidades naturais -secas, tornados- até então sem precedentes, que pauperizaram as suas terras de cultura, o seu ganha-pão. Confesso que gosto deste filme, que já vira, mas há muitos anos, na sua versão dobrada em francês.


«AS IRMÃS DE MARIA MADALENA» (dvd)

Filme que vale, essencialmente, pelo testemunho (emocionante) que nos deixa sobre um drama de marcou a história recente da Irlanda. Drama pouco divulgado, que tem a ver com as 30 000 vítimas da irmandade das Irmãs de Maria Madalena, uma instituição ligada à igreja católica que, naquele país atentou (do século XIX até 1996, data da sua extinção), contra a vida e contra a dignidade de 30 000 mulheres. Que foram escravizadas, abusadas (algumas delas até sexualmente) e vexadas por terem cometido o ‘crime’ de terem sido violadas, de serem mães solteiras, de serem demasiado bonidas e provocadoras, de serem simples de espírito, etc. Este filme, realizado em 2002 por Peter Mullan, foi aclamado no Festival de Cinema de Veneza, onde nesse mesmo ano ganhou o cobiçado Leão de Ouro. Se tivesse que o adjectivar três vezes, diria que «As Irmãs de Maria Madalena» é um filme sóbrio, comovente e verídico.


«UM CIDADÃO EXEMPLAR» (sala)

Cenas de violência exacerbada e perfeitamente desnecessárias marcam esta fita realizada por F. Gary Gray em 2009; à qual não sabemos, francamente, atribuir um género : ‘thriller’ ou filme de terror ? –A trama tece-se em volta do forte desejo de vingança de um homem que, aquando de um assalto a sua casa, assistiu, impotente, ao assassínio da sua esposa e da sua filha. E como o sistema falhou, permitindo a um dos criminosos escapar à pena capital esperada, a vítima sobrevivente decide fazer justiça pelas suas próprias mãos, recorrendo aos métodos sofisticados que a sua condição de ex-agente secreto lhe ensinaram. Não gostei. «Um Cidadão Exemplar» tem um título enganador, que abusa da boa fé dos incautos. Sinto-me defraudado nas minhas expectativas e isto apesar das boas interpretações dos actores que constituem o elenco deste filme. Viu-o (incomodado, confesso) no Cine-Teatro de Nisa.

PASTORES


Longe vão os tempos em que a pastorícia dava de comer a muitas famílias do Alentejo, região onde foi tirada esta fotografia em ano indeterminado da primeira metade do século XX. Hoje, os campos estão todos vedados e é já raro ver nos montados um pastor andar atrás dos rebanhos de merinos. Mais uma imagem da Planície Heróica que se esvai nas brumas da memória...

SAI UMA GINJINHA !


Estive na baixa lisboeta há uma semana. E, como é meu hábito, passei pelo Rossio para beber uma ginjinha. Ritual que se cumpre, em geral, num histórico estabelecimento do largo de São Domingos ou, logo ali ao pé, numa tasquinha, também ela muito antiga, da entrada sul da rua das Portas de Santo Antão. Adoro a ginjinha (passe o exagero) fresquinha e sem elas. Como muita gente deste país ou de passagem pela sua capital, já que é cada vez mais frequente ver estrangeiros de copinho na mão, bebericando (com visível deleite) este nosso néctar

A BOMBA DE BOND


Fruto de mais de um século de evolução da técnica automóvel, este magnífico carro (um familiar, de 5 portas !) é o Aston Martin 'Rapide'. -Será a bomba de James Bond no próximo filme do agente secreto 007 ?

PHAM TUÂN


Pham Tuân foi um herói da guerra do Vietnam. Piloto-aviador, distinguiu-se por ter sido o primeiro combatente vietnamita a derrubar um bombardeiro B-52 da aviação norte-americana. Depois do conflito, que permitiu a reunificação do seu país, Pham Tuân foi seleccionado para participar na missão espacial Soyuz 37. Esteve na estação orbital soviética Saliut 6, onde procedeu a várias experiências científicas. A sua viagem espacial (ocorrida em 1980) durou 7 dias, 20 horas e 42 minutos. Hoje, com 63 anos de idade, o senhor Phan Tuân é tenente-general (na reserva) da aviação militar vietnamita e membro da Assembleia da República do seu país


O MiG-21MF (nº 5121) com o qual o oficial-piloto Pham Tuân abateu o primeiro Boeing B-52 'Stratofortress' -no dia 27 de Dezembro de 1972- foi conservado pelas autoridades vietnamitas num espaço museológico consagrado à guerra contra os norte-americanos. Até fins de 1972, o gigantesco octorreactor da U.S.A.F. fora considerado como um aparelho inatingível pela caça inimiga

BRUXO !!!


«Eu penso que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que exércitos inteiros prontos para o combate. Se o povo americano permitir um dia que os bancos privados controlem a sua moeda, os bancos e as instituições que florescem em torno deles, privarão as pessoas de todos os seus bens; devido, primeiramente, à inflação e, depois à recessão. Até chegar o dia em que os filhos (da América) acordarão para se verem sem casa e sem tecto, na terra conquistada pelos seus pais».

Estas proféticas palavras foram pronunciadas -em 1802- por Thomas Jefferson, advogado e homem político (foi o 3º presidente dos Estados Unidos da América)

VERDES SÃO OS CAMPOS...


Não só e nem sempre, como o testemunha esta bela fotografia

quinta-feira, 27 de maio de 2010

SEPARATAS


Nos longínquos anos 50, a revista de banda desenhada «O Mundo de Aventuras» (para miúdos e adolescentes) publicava uma separata em cada um dos seus números. Essa folha móvel a cores ilustrava, quase sempre, uma equipa de futebol ou, mais raramente, a de uma outra modalidade desportiva, como o hóquei-em-patins, por exemplo. Essas separatas acabavam -quase sempre- penduradas nas paredes das tabernas e barbearias de bairro. A que aqui deixamos é referente a um número de 1951 (timha eu 6 anitos) e mostra a equipa boavisteira. Era um tempo em que se jogava mais por amor à camisola do que por dinheiro e em que a rivalidade entre clubes de futebol era sã e responsável

OS BONS DE «RIO BRAVO»


Ricky Nelson, John Wayne e Dean Martin são os bons de «Rio Bravo», a obra-prima de Howard Hawks. Nesta fotomontagem publicitária falta o 4º mosqueteiro : o veterano Walter Brennan. Além da belíssima Angie Dickinson, naturalmente

SAMURAI


O tiro com arco é hoje uma prática desportiva popularizada no mundo inteiro. No Japão, onde essa disciplina marcial existe desde tempos imemoriais, ela é mais do que isso. É um rito, um cerimonial...

TOCA A BAIXAR A MONA !


Na ilha antilhesa de Saint Martin (administrada pela França e pelos Países Baixos), os banhistas desta praia devem baixar a tola quando um avião -pequeno ou grande- se faz a pista

«FADO DO LADRÃO ENAMORADO»



FADO DO LADRÃO ENAMORADO

Vê se pões a gargantilha
Porque amanhã é domingo
E eu quero que o povo note
A maneira como brilha
No bico do teu decote

E se alguém te perguntar
Dizes que eu a comprei
Ninguém precisa saber
Que foi por ti que a roubei

E se alguém desconfiar
Porque não tenho um tostão
Dizes que é uma vulgar
Jóia de imitação

Nunca fui grande ladrão
Nunca dei golpe perfeito
Acho que foi a paixão
Que me aguçou o jeito

Por isso põe a gargantilha
Porque amanhã é domingo
E eu quero que o povo note
A maneira como brilha
No bico do teu decote

(Esta é a letra de um bonito fado do repertório de José Manuel Barreto*. O poema é de Carlos Tê e a música de Rui Veloso. Consta do CD acima representado)

*Senhor de uma muito bonita voz, José Manuel Barreto é filho do Barreiro. Conheci-o das ruas da então vila, quando eu era miúdo. E ele também. De vista, porque ele já era vedeta desde a idade dos 14 ou 15 anos. Recordo-me que, após uma visita de Joselito, «o Pequeno Rouxinol», ao Barreiro, alguém se ter lembrado de apodar o hoje fadista com a pouco original e dispensável alcunha de «Rouxinol do Barreiro». A minha mulher foi vizinha dele no Bairro Novo da CUF. Ausente muitos anos do país, fiquei deveras surpreendido com o facto de ele ter enveredado (quando e em que circunstâncias ?) pelo fado e, ainda mais, de o ouvir cantar bem esse género muito particular de canção. Que nada tem a ver com o que o Zé Manel Barreto cantou no início da sua carreira. Ainda bem. Para quem o quiser ouvir cantar o fado e não tem a possibilidade de o escutar ao vivo, aconselho vivamente a aquisição (se não estiver esgotado) do CD que acima referi

PITORESCA LINHA DO TUA


Uma venerável e fumegante locomotiva puxa um comboio da pitoresca (e ameaçada) linha do Tua. Vimo-lo aqui cruzando a ponte de construção mista (metálica e de alvenaria) de Romeu, numa fotografia que se depreende ter mais de meio século. Terá ?

IGREJA-MESQUITA


Este belo e valioso edifício é a antiga mesquita da Mértola muçulmana. Foi convertido ao culto cristão após a reconquista do Alentejo meridional. Mas lá está ele, solidamente plantado na margem direita do Guadiana, para perpetuar a memória do nosso passado árabe. Do qual devemos tirar grande e legítimo orgulho...

OS FILMES DA MINHA VIDA (20)


«O CORREIO DO INFERNO»

FICHA TÉCNICA
Título original : «Rawhide»
Origem : E. U. A.
Género : western
Realização : Henry Hathaway
Ano de estreia : 1951
Guião : Dudley Nichols
Fotografia (p/b) : Milton Krasner
Música : Sol Kaplan
Montagem : Robert Simpson
Produção : Samuel G. Engel
Distribuição : 20th. Century-Fox
Duração : 86 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Tyrone Power …………………………………. Tom Owens
Susan Hayward ………………………………. Vinnie Holt
Hugh Marlowe ………………………………... Rafe Zimmerman
Dean Jagger …………………………………… Yancy
Edgar Buchanan …………………………….. Sam Todd
Jack Elam ……………………………………….. Tevis
George Tobias ……………………………….. Gratz
Jeff Corey ……………………………………… Luke Davis
James Millican ………………………………. Tex Squires
Judy Ann Dunn ………………………………. Callie

SINOPSE
Está-se numa estação de muda da companhia de diligências Overland Mail em Rawhide Pass, no sudoeste dos Estados Unidos. O velho Sam, responsável pelo funcionamento do posto, incita o seu jovem e descontraído colaborador Tom Owens (filho do director da transportadora) a mostrar um pouco mais de zelo no desempenho das suas novas funções.
A chegada do primeiro veículo do dia interrompe o inútil discurso do ancião. No momento do reembarque dos passageiros ocorre um incidente : Vinnie Holt e Callie, a sua sobrinha de tenra idade, são forçadas a interromper a viagem e a permanecer na estação de muda, pelo facto do regulamento da companhia proibir o transporte de crianças em situação de perigo. Ora, esse perigo fora assinalado aos funcionários da Overland Mail por uma patrulha militar, que os informara da presença na região de quatro perigosos bandoleiros evadidos da prisão estatal de Huntsville.
A diligência parte, perante a indignação de Vinnie. Pouco depois, surge na estação um inesperado visitante, que se apresenta como representante da autoridade. Mas que, num momento de distração dos ocupantes do posto, saca das armas e lhes revela a sua verdadeira identidade e as suas intenções : ele é Rafe Zimmerman, o chefe dos evadidos do presídio de Huntsville e está ali (na companhia dos restantes forajidos, que, entretanto, manifestam a sua presença) para pilhar a diligência que transporta um importante carregamento de ouro da Califórnia para a Casa da Moeda de Nova Iorque.
Sam, que tenta resistir aos fora-da-lei, é impiedosamente abatido a tiro. A criança, Tom e Vinnie (que se fazem passar por uma família) são fechados à chave numa dependência da estação, até ao momento do projectado assalto. Depois de terem falhado uma tentativa de fuga, os prisioneiros da quadrilha resignam-se a esperar pelo desfecho da aventura, que, desconfiam eles, acabará com o seu assassínio.
Um dos bandidos, o lúbrico Tevis, não pára de molestar Vinnie. Zimmerman quer interromper o assédio à jovem e é abatido pelo seu cúmplice, que parece mais interessado na cativa do que no ouro. Tom Owens, que se encontra no exterior para recepcionar a diligência que se aproxima, logra apoderar-se de uma arma e troca alguns tiros com Tevis. Este acaba, contudo, por submeter o seu rival, ao visar a pequena e irrequieta Callie, que se ausentara da estação num momento de distração da tia. O cruel Tevis prepara-se para abater Tom, quando se ouve o estampido de dois disparos, que o prostam. Com uma carabina de cano fumegante nas mãos, Vinnie acabara por resolver aquela desesperada situação.
A diligência da Overland imobiliza-se, finalmente, diante da estação de muda. Interpelado pelo cocheiro sobre o que se passa, Tom Owens responde laconicamente : «Estou aprendendo a minha profissão !».

O MEU COMENTÁRIO
Desde 1941, ano da rodagem de «O Escravo da Montanha» (obra menor da sua filmografia), que Henry Hathaway não se relacionava com o cinema western. Dez anos volvidos, o cineasta reata com o género para nos oferecer este originalíssimo «O Correio do Inferno», que tem a particularidade de introduzir receitas próprias do ‘film noir’ numa época e num quadro inesperados : fins do século XIX, no Faroeste dos salteadores de diligências.
E o curioso é que o resultado foi excelente; a tal ponto que Hathaway acabou (talvez involuntariamente) por fazer desta fita de baixo orçamento –cuja acção se limita ao tosco interior de uma estação de muda da mala-posta e ao seu largo fronteiro- um dos clássicos do cinema hollywoodiano da década de 50. Ao sucesso da fita não terá sido alheio o extraordinário desempenho do ‘staff’ artístico reunido pelos produtores, incluindo o par vedeta da película, naturalmente, mas também o de todos os actores secundários. É impossível, aliás, fazer referência a «O Correio do Inferno», sem salientar o inesquecível trabalho de Jack Elam no papel do bandoleiro psicopata, que assedia sexualmente a bela Susan Hayward.
O ‘suspense’ emanante do guião redigido por Dudley Nichols (convertido em soberbas imagens a preto e branco pelo competente Milton Krasner, director de fotografia) agarra literalmente o espectador e evolui num ‘crescendo’ de violência até atingir o seu paroxismo, com a morte do sádico pistoleiro acima referido. Morte essa, que determina o ‘happy end’ da história narrada e que acaba por libertar o cinéfilo da sua própria angústia. «O Correio do Inferno» é, pois, um grande western, que se distingue do essencial da produção do género pela singularidade do seu entrecho e pelo excepcional trabalho (repito) realizado por todos aqueles –técnicos e actores- que participaram na sua feitura.
Esta fita tem, igualmente, um agradável lado didáctico que me apraz registar aqui : graças ao comentário que acompanha o seu genérico, ficamos a saber que as diligências de fins do século XIX que percorriam o Oeste dos ‘states’ –puxadas, preferencialmente, por três parelhas de resistentes mulas- levavam (antes de serem destronadas pela ferrovia) 25 dias para cobrir a distância entre as cidades de San Francisco (Califórnia) e de Saint Louis (Missouri). E que a integralidade dessa longa, cansativa e algo perigosa viagem custava 200 dólares-ouro ! Com refeições incluídas…
-Quen é que disse que não se aprende nada nos westerns ?

(M.M.S.)

Um dos cartazes originais desta preciosa fita de Henry Hathaway


Tyrone Power e Susan Hayward, o par vedeta de «O Correio do Inferno»


Os mesmos actores, aqui numa cena romântica


O saudoso Jack Elam, o mau da fita


Uma cópia DVD desta película (que já foi editada nos E.U.A.) está há muito prometida aos cinéfilos francófonos. Eu até já a encomendei, para substituir a minha velha e desgastada gravação VHS. Mas o atraso do seu lançamento persiste em manter-se...

SONHO DE VERÃO ? (!!!)


Há quem se sinta feliz assim... Bendita solidão do Alentejo profundo !

quarta-feira, 26 de maio de 2010

TARDA O BOM TEMPO


O tempo instável persiste, adiando a preparação dos churrascos e das saladas, que, sinceramente, já nos apetece saborear ao ar livre. Acompanhados com uma pinguinha (ou duas) de vinho frutado e refrescante, naturalmente. Oiça lá venerável São Pedro, será demasiado pedir-lhe que faça o seu trabalho e que cumpra os horários ?

ENCONTRO DE IRMÃOS


Ambos construídos nos Estaleiros da CUF (Lx), nos anos 30 do século passado, estes antigos bacalhoeiros reencontraram-se no estuário do Tejo, aquando da visita papal a Lisboa, em Maio de 2010. Em primeiro plano está o famoso N.T.M. «Creoula»; e, logo a seguir, o recém-restaurado «Santa Maria Manuela», propriedade da sociedade Pascoal, de Ílhavo. Amante das coisas do mar, desejo a estas testemunhas vivas do nosso glorioso e sofrido passado piscatório bom vento e longa vida

GUERREIRO IROQUÊS


Guerreiro Iroquês do século XVIII. Aliados do exécito britânco durante o conflito anglo-francês pela posse do Canadá, os Iroqueses -nação ameríndia da região dos Grandes Lagos- eram combatentes impiedosos. A figura (metal ou resina ?) apresentada é comercializada pela excelente marca Pegaso Models