segunda-feira, 15 de agosto de 2011

OS FILMES DA MINHA VIDA (65)


«TOQUE DE CLARIM»

FICHA TÉCNICA
Título original : «Bugles in the Afternoon»
Origem : E. U. A.
Género : Western
Realização : Roy Rowland
Ano de estreia : 1952
Guião : Geoffrey Homes e Harry Brown
Fotografia (c) : Wilfrid M. Cline
Música : Dimitri Tiomkin
Montagem : Thomas Reilly
Produção : William Cagney
Distribuição : Warner Bros.
Duração : 85 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Ray Milland ……………………………………………………… Kern Shafter
Helena Carter ………………………………………………… Josephine Russell
Hugh Marlowe ………………………………………………… capitão Garnett
Forrest Tucker ……………………………………………… Donavan
Barton MacLane …………………………………………….. capitão Moylan
George Reeves ……………………………………………….. tenente Smith
James Millican ……………………………………………….. sargento Hines
Gertrude Michael ………………………………………….. May
Stuart Randall ………………………………………………… Bannack Bill
Sheb Wooley ………………………………………………….. George A. Custer

SINOPSE
Tempos depois de ter sido expulso do exército -na sequência de um duelo ao sabre, do qual saíra ferido com gravidade um outro oficial- o ex-capitão Kern Shafter chega ao forte Abraham Lincoln (no território do Dacota), onde se alista como simples soldado no 7º Regimento de Cavalaria dos Estados Unidos.
Está-se no início dos anos 70 do século XIX, numa região onde os pele-vermelhas ainda não foram submetidos à autoridade dos brancos. Assim, o arrolamento voluntário de Shafter é bem-vindo, tanto mais que o fim da longa e mortífera guerra civil -em 1865- privara o exército dos Estados Unidos de soldados experimentados. O novo recruta é, nessas circunstâncias, rapidamente promovido ao posto de sargento e colocado na companhia comandada pelo capitão Moylan, um dos seus antigos subordinados.
É Moylan quem informa Kern Shafter que, no quadro de oficiais do forte, figura o nome de Edward Garnett (também ele capitão), o homem que provocara, outrora, a sua degradante expulsão da instituição militar.
Os dois homens não vão tardar a encontrar-se e as suas relações agravam-se, pelo facto de, ambos, amarem a mesma mulher. Ao mesmo tempo, degrada-se também a coexistência entre brancos e ameríndios. Uma expedição punitiva, que deve por cobro, uma vez por todas, à rebelião das tribos autóctones, é preparada pelo estado-maior do exército. Os dois irredutíveis rivais são mobilizados e tomam (com o grosso das tropas) o caminho do vale de Little Big Horn, onde fora assinalada pelos batedores do regimento uma concentração anómala de Sioux. O inconsequente ‘general’ Custer –comandante do 7º de Cavalaria- investe contra os índios e é desbaratado por um inimigo aguerrido, que suplanta as suas tropas em número, mas também no campo da estratégia.
Implicados em combates de retaguarda, o sargento Shafter e o capitão Garnett vão afrontar-se, também eles, no derradeiro combate da sua guerra pessoal. Mas, o oficial acaba por ser ferido mortalmente por um guerreiro pele-vermelha. E Shafter, que sobrevivera à dupla luta que sustentara, vai refugiar-se nos braços da sua amada.
A reabilitação do ex-oficial (e a sua reintegração no exército com a antiga patente) virá mais tarde, depois do capitão Moylan ter enviado às autoridades militares de Washington um relatório detalhado sobre as vicissitudes arbitrariamente impostas a Kern Shafter pelo seu rival.


O MEU COMENTÁRIO
O argumento deste mais que estimável western militar foi inspirado num romance de Ernest Haycox, um escritor especializado na História e nas tradições do Oeste americano. Refiro que a obra de Haycox (falecido em 1950, com apenas 51 anos de idade) está na base de inúmeros sucessos da cinematografia norte-americana do género, tais como (e entre outros mais) «Cavalgada Heróica», «Aliança de Aço», «Amor Selvagem», «Duelo na Montanha» ou «Terra Distante».
Ray Milland, cabeça de cartaz desta fita de Roy Rowland, era natural do País de Gales e chamou-se, na realidade, Reginald Truscott-Jones. Nascido em 1905, estreou-se nos estúdios de cinema da capital do Reino Unido, antes de se transferir, em 1931, para Hollywood, onde fez carreira como autor e como realizador. Se a sua glória de actor assenta, sobretudo, nalguns excelentes filmes policiais, a verdade é que Milland não desprezou os outros grandes géneros que fizeram a reputação dos estúdios de Hollywood. No domínio exclusivo do cinema western, assinalo a sua participação nas fitas «Califórnia» (Farrow, 1946), «Duelo de Gigantes» (Farrow, 1950), «O Homem Solitário» (que ele próprio realizou em 1955), assim como no filme em apreço : «Toque de Clarim». Recordo, ainda, a título de curiosidade, que Ray Milland esteve entre nós em meados da década de 50, onde realizou a película «Lisboa», na qual ele também interpretou o principal papel. Milland passou igualmente pelos estúdios de televisão, onde foi protagonista de várias séries, algumas delas ambientadas no Oeste.
Quanto a Helena Carter, a sua bonita ‘partenaire’ de «Toque de Clarim», posso dizer dela que era natural de Nova Iorque (cidade onde nasceu no ano de 1923) e onde exerceu a profissão de manequim, antes de sucumbir ao apelo da Meca do Cinema. A sua carreira como actriz foi curtíssima, já que começou em 1947 e terminou em 1953. Da sua filmografia destaco três outros westerns : «A Dama do Rio» (Sherman, 1948), «Contra o Crime» (Marin, 1951) e «The Pathfinder» (Salkow, 1952).
Antes de terminar estas linhas, chamo a atenção para o facto da parte final de «Toque de Clarim» ilustrar um verídico e triste episódio da conquista do Oeste : a batalha de Little Big Horn (ou de Little Bighorn), durante a qual pereceram, às mãos dos guerreiros de Crazy Horse, numerosos oficiais, sargentos e praças do 7º Regimento de Cavalaria dos Estados Unidos. Unidade que se encontrava, então, sob o comando do polémico ‘general’(*) George Armstrong Custer.

(*) Custer era, na realidade e ao tempo da sua morte, tenente-coronel. O título de ‘general’ adveio-lhe do facto de ele ter sido –durante a guerra civil- graduado temporariamente no posto de general de brigada

(M.M.S.)


Capa do DVD comercializado em Espanha, país onde o filme se intitula «El Último Baluarte»


Cartaz francês


Ficha da colecção de 'Mr. Cinéma' consagrada ao filme «Toque de Clarim». No verso da ficha constam informações mais ou menos detalhadas sobre a película


Cartaz belga


Outro cartaz promocional norte-americano

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Cartaz espanhol


Capada revista «Mon Film» que, em França, novelizou o filme


Mais um cartaz original


Capa (e contacapa) de cassete VHS com cópia (em língua inglesa) deste filme de Roy Rowland

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