quinta-feira, 29 de março de 2012

OS FILMES DA MINHA VIDA (101)


«O COMBOIO DO INFERNO»

FICHA TÉCNICA
Título original : «Breakheart Pass»
Origem : E . U. A.
Género : Western
Realização : Tom Gries
Ano de estreia : 1975
Guião : Alistair MacLean
Fotografia (c) : Lucien Ballard
Música : Jerry Goldsmith
Montagem : Byron ‘Buzz’ Brandt
Produção : Jerry Gershwin e Elliot Kastner
Distribuição : United Artists
Duração : 91 minutos

FICHA ARTÍSTICA
Charles Bronson ………………………………….. John Deakin
Ben Johnson …………………………………………. Nathan Pearce
Richard Crenna …………………………………….. governador Fairchild
Jill Ireland ……………………………………………. Marica
Charles Durning ……………………………………. Frank O’Brien
Ed Lauter ………………………………………………. major Claremont
Davis Huddleston …………………………………. doutor Molyneux
Robert Tessier ……………………………………... Sepp Calhoun
Bill McKinney …………………………………………. reverendo Peabody
Roy Jenson …………………………………………….. Chris Banton

SINOPSE
Está-se no Oeste americano, no ano de 1873. O major Claremont, da cavalaria dos Estados Unidos, foi indigitado pelas autoridades federais para chefiar uma unidade composta por 70 militares, que deverá render a guarnição de Fort Himboltd, um posto militar implantado numa isolada região aurífera do Nevada.
A tropa, que viaja num comboio especial na companhia do governador Fairchild, da bela Marica (sua noiva), de um médico e de um pastor da igreja protestante, faz uma breve paragem na estação ferroviária de Myrtle.
É ali que embarcam o 'marshal' Nathan Pearce e um enigmático prisioneiro de direito comum, que respone pelo nome de John Deakin. É igualmente em Myrtle que desaparecem misteriosamente dois oficiais subalternos, após terem tomado conhecimento do teor de uma mensagem cifrada, proveniente do longínquo Fort Humboltd.
Durante a longa e acidentada viagem, quando as mortes suspeitas se sucedem a uma cadência infernal, o major descobre na pessoa de Deakin -que se revela ser, afinal, um agente dos serviços secretos federais- um inesperado e precioso aliado.
Ambos vão contrariar os planos urdidos por uma bem organizada quadrilha, que lograra neutralizar a guarnição de Fort Humboltd e sublevar os índios Paiutes, com o intuito de tirar proveito do tráfico de armas e de se apoderar do ouro extraído, em profusão, das minas do Nevada.

O MEU COMENTÁRIO
Curioso filme este, que mistura (de maneira astuciosa, diga-se de passagem) a intriga das fitas policiais à acção própria dos westerns de boa factura.
O grande escritor (e guionista ocasional Alistair MacLean), que já nos oferecera o palpitante entrecho do filme de guerra «Os Canhões de Navarone» (realizado em 1960 por J. L. Thompson), «tece, aqui, com muita habilidade, a teia de diversas histórias paralelas. O 'suspense' reina neste western sumptuosamente fotografado por Lucien Ballard» (dixit André Moreau, in «Télérama»).
É verdade que, apesar da história se achar, quase toda ela, confinada no reduzido espaço de uma composição ferroviária, o supracitado Lucien Ballard -um dos mais prestigiosos mestres hollywoodianos da imagem fotográfica- ainda teve a ocasião de nos oferecer algumas belíssimas estampas da paisagem circundante : torrentes caudalosas, montanhas nevadas, florestas verdejantes, desfiladeiros vertiginosos; enfim, um condensado do que o Oeste americano tem de melhor para nos apresentar a nível visual.
Este filme, diferente da produção habitual do género, constituirá, disso não tenho dúvidas, uma agradável surpresa para os cinéfilos que ainda não conhecem Tom Gries, o seu realizador. Para os demais, para aqueles que já haviam desfrutado dos seus outros westerns (o muito violento e erótico «100 Armas ao Sol» e, sobretudo, o intimista e nostálgico «Will Penny»), esta fita vem confirmar apenas o seguinte : tivesse este realizador surgido no panorama cinematográfico norte-americano uma quinzena de anos antes, quando a produção de westerns ainda não declinara, e teríamos nele, em Tom Gries, um dos seus grandes mestres.
Note-se, em «O Comboio do Inferno», a participação do actor fordiano Ben Johnson e a graciosa presença de Jill Ireland, a própria esposa do actor principal : Charles Bronson. E saiba-se, por ser curioso, que o romance de Alistair MacLean que serviu de base ao argumento desta película, foi publicado em Portugal pelas edições Europa-América (integrado numa colecção inteiramente consagrada à literatura western) com o título «O Desfiladeiro Fatal».

(M.M.S.)


Cartaz alemão


Charles Bronson participa, nesta película de Tom Gries, num dos numerosos westerns da sua carreira


Um comboio militar avança na direcção de Fort Humboltd, nos confins do território do Nevada...


Cartaz francês


O comboio especial para Fort Humboltd faz uma breve paragem em Myrtle, localidade onde desaparecem os primeiros militares da unidade comandada pelo major Claremont...


Marica (Jill Ireland) é uma das passageiras civis do comboio militar. Esse privilégio é-lhe concedido pelo facto de ser noiva do governador Fairchild e filha do comandante da guarnição de Fort Humboltd


Cartaz espanhol


Os incidentes repetem-se no trajecto para Fort Humboltd. Aqui, os carris foram danificados com o intuito de atrasar a marcha da composição ferroviária...


Outro cartaz norte-americano


Estranhas cumplicidades...


Capa do meu DVD com cópia do filme em apreço. Excelente compra efectuada em Espanha, já que a gravação respeita o formato cinematográfico de origem e oferece várias opções linguísticas, entre as quais -além do inglês e do astelhano- figuram o francês, o italiano e o alemão. Infelizmente (não há bela sem senão) a cópia não está legendada em português


John Deakin (Charles Bronson), o suposto prisioneiro de crimes comuns, é, afinal, um agente secreto federal; e vai ajudar a clarificar uma situação complicadíssima com ramificações no tráfico ilegal de armas e de ouro

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