quinta-feira, 12 de abril de 2012

O BARCO «AFRICAN QUEEN» AINDA VIVE


«A Rainha Africana» («The African Queen») - Penso que ainda hoje toda a gente se recorda desta excelente fita de John Huston (que a realizou em 1951), na qual brilharam, muito especialmente, Humphrey Bogart e Katharine Hepburn, duas das mais cotadas estrelas da Hollywood do tempo. O filme conta a improvável história de dois brancos : um aventureiro, patrão de uma pequena embarcação fluvial, e de uma missionária protestante, que se encontram no interior da África Oriental Alemã quando ali chegam os primeiros ecos da guerra que estalara na Europa entre o império de Guilherme I e as nações aliadas da Grã-Bretanha. E que vão congeminar a louca ideia de transformar a carga do «African Queen» (garrafas de oxigénio e explosivos) em... torpedos. Com os quais eles pretendem afundar a «Louise», uma poderosa canhoneira germânica. Essa ideia extravagante provocou a aproximação de dois seres que nunca se deveriam ter cruzado na vida e que, devido às circunstâncias, acabam por viver um singular romance de amor. Um dos mais celebrado pelo cinema de inícios da segunda metade do século XX, quando triunfava o Technicolor e o 'star systhem' se impunha nos estúdios da chamada Meca do Cinema


Mas não era propriamente desse clássico do cinema norte-americano que eu queria aqui deixar estas linhas. O que eu queria frisar é que soube, através de um minúsculo artigo do «Diário de Notícias» (publicado em 10/04/2012) e, depois, através da Internet, que o verdadeiro «African Queen» (construído em 1912, no Reino Unido) ainda navega, transportando turistas entre Miami e Key Largo. E que a embarcação em causa vai ser alvo de um restauro completo; até porque já foi considerado património nacional dos Estados Unidos. Não sabia... Mas apoio incondicionalmente a atitude de um governo que preserva os testemunhos da nossa memória colectiva. Por cá passa-se precisamente o contrário. O nosso património construído, por exemplo, cai aos bocados e ninguém se comove com isso


Fotografia (curiosamente a preto e branco) de «A Rainha Africana», onde se vê, já na fase final do filme, Charlie Allnut (Humphrey Bogart) puxando o minúsculo vapor através das ervas altas que impedem o seu acesso às águas abertas onde opera a canhoneira inimiga

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