quinta-feira, 30 de maio de 2013

VAUXHALL, MODELO DESPORTIVO DE 1905

Vauxhall. Ainda me lembro do tempo em que as viaturas produzidas por esta firma britânica eram vulgares em Portugal e faziam concorrência a outras marcas europeias. Penso (sem estar certo disso) que a Vauxhall foi vítima da rivalidade com os Toyotas, Datsuns e outros veículos de origem japonesa, que arruinaram (devido ao seu preço mais convidativo) muitas empresas europeias do ramo automóvel. Sei que, na Grã-Bretanha, o nome da Vauxhall ainda sobrevive, pelo facto da marca ter sido integrada no grupo General Motors. Mas que já não tem expressão extranacional. Enfim, aqui fica uma homenagem a uma viatura pioneira, com a apresentação (visual) deste modelo desportivo que data de 1905. E que tem hoje a venerável idade de 108 anos !

SELOS COM HISTÓRIA

Não sou filatelista, embora, muitas vezes, me sinta fascinado pela temática de certas colecções de selos. Sobretudo por aquelas que evocam eminentes figuras e/ou episódios da História Universal. É o caso desta aqui representada, que foi emitida pela administração postal das ilhas Falkland (ou Malvinas). Esta série de quatro estampilhas mostra os quatro navios protagonistas da chamada batalha do rio da Prata, embora o combate travado entre três unidades navais do império britânico e o couraçado hitleriano «Admiral Graf Spee» se tenha desenrolado (no mês de Dezembro de 1939) em águas do Atlântico sul, longe do estuário do rio em questão. Rio que só emprestou o seu nome ao evento, pelo facto do navio germânico ter sido afundado, nessa zona, ao largo de Montevideu, pela sua própria guarnição. Que receou afrontar forças inimigas superiores em número e com um poder de fogo mais devastador. Esta foi a primeira grande vitória naval dos Aliados, na sua luta contra as forças militares do regime nazi. Entre os três navios da coligação anti-hitleriana implicados neste memorável combate naval, figurava um cruzador neozelandês : o «Achilles». A foto mostra o couraçado de bolso alemão, pouco tempo antes de ser tragado pelas águas do estuário do rio da Prata.

FOME DE CEREJAS

A cereja é (talvez em pé de igualdade com a laranja) o meu fruto preferido. Assim, quando me reinstalei na minha aldeia natal (depois de lá ter saído aos 3 anos de idade), quis plantar no meu quintal duas cerejeiras. Isso, apesar de todos os entendidos me terem avisado que a região onde vivo -a charneca alentejana- não tinha condições minimamente favoráveis ao desenvolvimento produtivo dessas árvores. Que até se dão muito bem nas zonas -tão próximas- de Portalegre e de Marvão. A verdade é que as minhas árvores se desenvolveram bastante bem. Até que uma delas secou. Subitamente e apesar de nunca lhe ter faltado água. A outra ainda vive e está bonita de se ver. Em anos precedentes chegou a frutificar, a dar cerejas açucaradas, embora a sua produção nunca tenha excedido os 2 quilitos. E este ano apenas me deu 2 ou 3 frutos. Que a passarada papou logo que avermelharam. Não estou desiludido, mas estou agora convencido de que nunca tirarei da minha única cerejeira outro prazer senão o de a ver crescer e verdejar na altura própria. A minha terra não tem condições climatéricas que convenham às cerejeiras. É um facto comprovado. E, assim, terei de continuar a saborear os frutos de outras procedências. Da serra da Gardunha (situada a uns bons 120 km a norte da minha região) ou de Resende, por exemplo. Que são excelentes, embora este ano as cerejeiras dessas regiões tenham tido uma produção inferior de 50% inferior à dos anos precedentes. Devido a condições de tempo desfavoráveis, que provocaram, naturalmente, uma subida significativa do preço desse produto de excelência. Na Alta Normandia (França), onde residi muitos anos, tinha a escassos quilómetros de minha casa uma localidade afamada pela qualidade excepcional das suas cerejas. Essa localidade, ribeirinha do Sena, chama-se Jumièges e é, igualmente, conhecida pelas imponentes ruínas da sua abadia benedictina. Que foi fundada num tempo em que Portugal ainda estava longe de existir enquanto nação independente. Mas isso é outra história...

MENSAGEM AOS BENFIQUISTAS

Não sei quando, nem em que circunstâncias, Miguel de Sousa Tavares -que acaba de lançar um novo livro : «Madrugada Suja»- proferiu esta sentença. Mas se é dirigida aos benfiquistas tem toda a razão. Como teria tido toda a razão se a dita fosse destinada aos adeptos do F. C. Porto. O jogo da bola é, nas presentes circunstâncias, coisa para secundarizar. Porque o mais importante (embora não pareça, quando os canais de TV preenchem dias inteiros de programação a falar de futebol)  é a vida dos portugueses. Que tem sofrido muito dos ataques furiosos perpetrados por aqueles que ajudaram a instalar a crise. Crise que não afecta, naturalmente, os jogadores de bola, nem os dirigentes desportivos.

quarta-feira, 29 de maio de 2013

CARNEIRADAS

Nunca gostei de rebanhos humanos. Nem marcados pela política, nem pela religião, nem pelo desporto. Habituei-me, desde pequeno, a pensar pela minha pobre cabeça. Embora não recuse, de modo algum, ouvir a opinião dos outros e até partilhá-la; quando esta me parece sensata, obviamente. Desde pequeno que recusei pertencer a capelinhas, onde um qualquer guru impinge o seu sermão à multidão, perante a passividade militante da carneirada. É por essas razões que estas imagens me incomodam e me magoam. Porque são excessivas e descambam, quase sempre, na intolerância e na violência...

O MENIR DA MEADA

O menir da Meada, situado na Tapada do Cilindro, sita na freguesia de Santa Maria da Deveza (concelho de Castelo de Vide), recebeu agora, definitivamente, a classificação de Monumento Nacional. O processo de reconhecimento oficial deste impressionante monólito de granito começou há cerca de 20 anos e teve um percurso atribulado, que até levou à perda do respectivo dossier. Em 1912, o documento foi reconstituído com a ajuda do município e reapresentado, no mesmo ano e a quem de direito, pela Direcção Regional de Cultura do Alentejo. O menir da Meada foi descoberto em 1965 e é o maior monumento do seu género existente na península Ibérica. Pesa cerca de 15 toneladas, mede perto de 4 metros de altura e o seu diâmetro máximo é de 1,25 metro. É feito de granito da região e tem forma fálica, que está directamente relacionada com os rituais de fertilidade comuns a muitos povos pré-históricos. Pensam os peritos que este menir terá sido erguido no intervalo de tempo que se estende do Neolítico ao período Calcolítico. É, agora, mais um monumento do nosso espólio, do qual muito se orgulham os transtaganos em geral e, principalmente, as gentes do distrito de Portalegre.

«TU ME FENDS LE COEUR...»

////////// 'Les chefs-d'oeuvre n'ont pas d'âge', proclama o cartaz de «Marius», um filme francês realizado por Alexandre Korda e estreado em 1931. E é a pura das verdades. As obras-primas do cinema (mas não só) são intemporais ! Baseado na obra literária de Marcel Pagnol (que é também o autor do guião), esta fita (e «Fanny» e «César», das quais ela não se pode desassociar) ainda conserva -apesar dos seus mais de 80 anos- a frescura e o 'charme' dos seus primeiros tempos. Tenho a sorte de possuir gravações desta trilogia e ainda aqui há umas semanas atrás me regalei com o incomparável espectáculo oferecido por actores tão extraordinários quanto o foram Raimu (que Orson Welles não hesitou apontar como sendo «o maior actor de todos os tempos»), como Pierre Fresnay, como Orane Demazis, como Alida Rouffe, como Fernand Charpin, como Paul Dullac, como Robert Vattier e como todos outros comediantes que protagonizaram estes primorosos filmes sobre costumes marselheses das primeiras décadas do século XX. O cartaz e a fotografia anexados a este 'post' representam o famoso jogo de cartas entre César (patrão do 'Café du Port') e os seus três clientes e comparsas : mestre Panisse (negociante de velas e de outros artigos para navios), Escartefigue (capitão do 'ferriboate' que cruza o velho porto) e 'Monsieur' Brun (um funcionário lionês destacado em Marselha). A cena é indescritível, como intraduzível é o falatório dos quatro jogadores de cartas; mas é uma das mais famosas do cinema francês. De sempre ! «Marius» e as duas outras referidas películas só encontram pendente, no nosso cinema, nas fitas com os impagáveis António Silva, Vasco Santana e Beatriz Costa, que fizeram furor nos anos 30, 40 e 50 do passado século. O que diz tudo !

BELEZA AGRESTE

A beleza em arquitectura não coincide, forçosamente, com grandiosidade, com sofisticação. Repare-se no charme desta humilde casinha perdida nas serranias do norte de Portugal. Feita de granito e de xisto, integra-se perfeitamente na paisagem agreste que a envolve. Onde as únicas coisas que destoam são o branco das paredes da capela próxima e o seu telhado vermelho. Haverá coisa mais bela do que esta humilde casa portuguesa ?... /////// Alguém me mandou esta fotografia pela Internet, sem me assinalar o nome do seu autor. De qualquer modo, aqui ficam o agradecimento e os parabéns a esse anónimo artista, que tão bem soube captar a 'alma' de um rincão da nossa terra.

terça-feira, 28 de maio de 2013

À VOLTA DO SOL

////////// Diz-se que o custo de vida é elevado. Mas é conveniente não esquecer, que o dito inclui, todos os anos, uma viagem gratuita à volta do Sol.

segunda-feira, 27 de maio de 2013

O CHARME DO CINEMA DOS ANOS 50 (DO SÉCULO XX) NUMA FOTO DO TEMPO

Esta belíssima fotografia mostra-nos Rock Hudson (1925-1985) e Barbara Rush (nascida em 1927), actores que formaram o par romântico do western «Herança de Honra» («Taza, Son of Cochise»); uma fita que Dougla Sirk realizou em 1954 para os estúdios Universal. Esta película colorida nada tem de exaltante, mas, ainda assim projecta um charme que nada tem a ver com as produções do nosso tempo. Palavra de um velho nostálgico ! «Herança de Honra» é o último 'volet' de uma trilogia mais ou menos consagrada a Cochise, o famoso caudilho da nação Apache. Figura histórica que, em todos esses filmes, é encarnada por Jeff Chandler. Curiosidade : as outras duas fitas da trilogia em questão são «A Flecha Quebrada» («Broken Arrow», realizada em 1950 por Delmer Daves) e «Cochise» («The Battle at Apache Pass», de George Sherman, 1951). Só «A Flecha Quebrada» (a melhor de todas elas) tem edição DVD em Portugal. Infelizmente !

FOTOGRAFIA INSÓLITA


Esta fotografia data da primeira metade da década de 40 do século passado. Foi tirada a bordo de um submarino hitleriano (um dos famosos e temíveis 'Lobos de Doenitz') e mostra alguns membros da sua guarnição, felizes por terem abatido e capturado um urso branco. Presume-se que o 'U Boot' em questão navegasse em águas vizinhas do círculo polar, território natural deste carnívero de grande porte . O animal terá sido morto com a ajuda de várias armas de fogo, entre as quais figura uma pistola-metralhadora MP 40; arma que se vê ma imagem, nas mãos de um oficial (à esquerda). A morte do urso-polar terá sido apenas um capricho desportivo ou ditada pela necessidade de arranjar carne fresca ?

CONSELHO AO SR. PRESIDENTE

Diz-se para aí que Sua Excelência o Presidente da República Portuguesa, Senhor Professor Doutor Aníbal Cavaco Silva quer processar judicialmente o jornalista, comentador político e escritor Miguel de Sousa Tavares. Por, alegadamente, este lhe ter chamado palhaço. Oh ! Senhor Professor Doutor, se quer um conselho deixe-se disso. Por duas excelentes razões : a primeira delas, porque V.Exa. costuma dar-se mal quando se mete com os intelectuais deste país; depois, porque palhaço é (não tenha a mínima dúvida) o nome mais amável que, nestes últimos tempos, eu lhe ouvi chamar. Acredite ! O senhor é, neste país que é o nosso, um homem completamente descreditado e que quase ninguém respeita ou estima. Um homem que não pode sequer imaginar o ódio que tem gerado a sua acção (ou inacção ?) política. Sempre feita em desfavor de quem mais precisa de protecção e mais esperou pelo seu apoio, face a todos aqueles senhoritos do seu partido (mas não só, infelizmente) que desgraçaram esta nação e que continuam a espezinhar, de maneira ignóbil, o povo português. Que tem sido enganado, abusado, de maneira inqualificável.

VEM AÍ O FESTIVAL DE DB DE BEJA


É já no próximo dia 1º de Junho que se inicia o IX Festival Internacional de BD de Beja. Que se prolongará, na capital do Baixo Alentejo, até 16 do mesmo mês. Este interessante evento é, naturalmente, dirigido aos amantes da chamada 9ª Arte, mas também acolhe com simpatia todos os leigos que queiram descobrir as 'histórias aos quadradinhos' e os seus autores. Os encontros, exposições, palestras, etc, terão lugar na Casa da Cultura e em vários outros espaços da cidade, como, por exemplo, a Biblioteca José Saramago. Espaços culturais que, aliás, estão mencionados na reprodução do cartaz aqui publicado e que é possível ampliar clicando na imagem.

AZEITE DE OLIVEIRA ?

Nesta velha e original publicidade aos filetes de atum 'Catraio' refere-se que os ditos são conservados em azeite de oliveira. Ora, na nossa língua, isso é (parece-me a mim) pleonasmo, redundância. Porque quando, por cá,  se fala de azeite, toda a gente entende que se trata do precioso óleo extraído das azeitonas. E não de um outro. Contrariamente ao que acontece nos outros países de língua latina (mas não só), onde, efectivamente, é necessário juntar às palavras 'aceite', 'huile', 'oleo' o nome do produto base. Que pode ser soja, girassol, amendoim, etc. Não acham que tenho razão ?

UMA, DUAS, TRÊS DERROTAS HUMILHANTES

Ontem, no velho Estádio do Jamor, confirmou-se aquilo que muitos benfiquistas temiam : a continuação e fim de um ciclo de derrotas inaceitáveis do seu clube. Com efeito, perder em menos de um mês,  sucessivamente e nas condições que se conhecem os três troféus que a sua primeira equipa de futebol poderia e deveria ter ganho, é obra ! Alguns chamam 'azar' àquilo que aconteceu aos encarnados. Eu estou convencido, em final de contas, que o que sucedeu tem muitos outros nomes : desmotivação, falta de rigor, ausência de ardor. Nestas coisas da bola jogar bem (que foi o que o Benfica fez esta época) é insuficiente. Há que que ser combativo até que o árbitro dê por terminado o desafio e não ir para o campo fazer cálculos para tentar segurar resultados, que, depois, não se conseguem suster . É essa a diferença entre o Benfica e o seu principal rival no campeonato. Foi essa a diferença entre o Benfica e o Chelsea e entre o Benfica e o Vitória de Guimarães. Adversários que, com muito mérito, recolheram os prémios e a glória que o clube da Luz tão perdulariamente desperdiçou...

sábado, 25 de maio de 2013

PROFISSÕES DE OUTROS TEMPOS

Os velhos como eu (que conto quase 70 invernos) vivem muito de memórias. Afinal, aquilo que o 'celebro' ainda não atirou às urtigas -as lembranças- já são o nosso mais precioso capital. Tudo o resto são banalidades... Embora, diga-se em abono da verdade, ainda nos preocupemos com as soturnas figuras do Passos e do Gaspar, que nos vêm aos bolsos, insistentemente, roubar aquilo que ganhámos, com sacrifício, ao longo de toda uma vida de árduo labor. Isto dito, quero aqui deixar algumas imagens de tempos idos, durante os quais imperava a dureza imposta pelo Tonho de Santa Comba, outro figurão da política que, a seu modo, também nos fazia a vida negra. Com a desvantagem, para nós, de ir enchendo as cadeias com contestatários como eu. Com gente que punha em causa a legitimidade do seu poder absoluto e iníquo. Nesse tempo o analfabetismo era quase generalizado e muitos portugueses sobreviviam exercendo profissões que hoje, praticamente, já não existem. Tais como a de fotógrafo ambulante, guarda fiscal ou merceeiro. O primeiro percorria ruas e parques à procura de alguém que (por necessidade ou capricho) se deixasse retratar 'a la minuta'. Com a sua enorme câmara às costas, este homem ganhava dificilmente a sua vida e o sustento da família. Já o guarda fiscal era (quase) um privilegiado. Era funcionário público e o seu salário, embora modestíssimo, era assegurado pelo estado. Alguns deles compensavam, no entanto, o magro ordenado mensal, com alguns géneros (bacalhau, garrafas de azeite, café,  etc) e com umas notitas de 20$00, que lhes iam dando os contrabandistas e outros espertalhões da época, a cujas traficâncias ele fechava oportunamente os olhos. Enfim, o terceiro, o merceeiro, era aquele que melhor se safava na selva de sobrevivência dos anos 40, 50 e 60 do passado século. Comprava os produtos que consumia (e comerciava) a preços de revenda, o que era uma vantagem em relação à sua freguesia. Freguesia que comprava fiado e frequentemente o cravava com dívidas que não podia honrar. Eram os duros tempos do rol e do lápis, do papel pardo para embrulhar meia quarta de chouriço e das garrafas que se traziam de casa para levar um decilitro de azeite ou um litrito de 'pitrol' para o candeeiro. Bravos tempos esses, dos quais só restam (más) recordações e a nostalgia dos nossos verdes anos. Para além, obviamente, de algumas imagens...

APETITOSA TRINDADE

Com a chegada do bom tempo -que, esperamos, dure até fins de Outubro- já apetece tomar umas destas bebidas. Sempre com a prudente moderação. Sem a qual não há prazer possível. Estes cocktails são preparados com pisco (uma aguardente vínica da América do sul) e aromatizados com diferentes substâncias naturais. Da esquerda para a direita, apresentamos  : o Pisco Strawberry, o Pisco Sour e o Pisco Aracuya. Buen provecho hombres ! Y también señoras e señoritas.

SESIMBRA : QUINZENA GASTRONÓMICA DO PEIXE ESPADA PRETO

Começa hoje em Sesimbra -e vai prolongar-se até ao dia 10 de Junho- um evento importante no cartaz turístico dessa vila do nosso litoral atlântico. Trata-se da Quinzena Gastronómica do Peixe Espada Preto. Patrocinada pelo município local há vários anos, esta manifestação tem como objectivo promover um produto de grande importância para a economia local e que, tal como o espadarte, já é uma referência gastronómica da região. A 'Quinzena' em questão conta, este ano, com a colaboração da ArtesalPesca, das associações de comerciantes locais e vai mobilizar 37 restaurantes sesimbrenses; que, naturalmente, vão rivalizar na confecção de pratos elaborados com peixe espada preto. Uma espécie que, infelizmente, ainda não é consensual nos pratos dos 'gourmets' portugueses. Talvez devido ao facto do dito ser um peixe de grandes profundidades, feio, com pele negra, enfim, com um aspecto que, à primeira vista, desencoraja o consumidor eventual de pescado. Porque os outros, os apreciadores de peixe, não ligam importância e esse género de detalhes e sabem que, por trás desse desdouro, se esconde uma carne fina e saborosíssima. Que nada fica a dever às espécies consideradas mais nobres. Confesso que gostaria de dar uma saltada a Sesimbra e de saborear alguns dos pratos mais elaborados (e dos quais eu já tomei conhecimento) que serão propostos durante a 'Quinzena'. Talvez, com um pouco de sorte isso possa acontecer... Aviso à navegação : em data de 6 de Junho -Dia do Peixe Espada Preto- todos os pratos das diferentes ementas serão propostos ao preço unitário de 7 euros !

O HERÓI DE IWO JIMA

Confesso que desconhecia totalmente a existência do filme «The Outsider», realizado em 1961 por Delbert Mann para os estúdios Universal. Esta fita, protagonizada por Tony Curtis, conta-nos a história de Ira Hamilton Hayes, o índio Pima que, com mais outros cinco 'marines', içou a bandeira dos Estados Unidos no cume do monte Suribachi, na ilha japonesa de Iwo Jima. Este episódio histórico, ocorrido já na fase final da Segunda Guerra Mundial (a 23/02/1945), foi fotografado por um repórter da Associated Press (Joe Rosenthal), venceu o prémio Pulitzer e correu mundo. Eu lembro-me muito bem dessa imagem, da qual só tive conhecimento, no entanto, na minha adolescência, pelo facto de ter nascido um mês depois de ter terminado o mais sangrento conflito da História da Humanidade. Também sei há muito tempo que um dos militares envolvidos nesse episódio (marginal) da chamada Guerra do Pacífico era ameríndio. Sem, todavia, lhe conhecer a identidade e o destino... Esta interessante película, cujo DVD eu adquiri, em França, há umas semanas atrás, proporcionou-me essa e outra informação curiosa sobre Ira Hayes e sobre os seus companheiros de armas. Que hoje têm (cada um deles) a sua estátua integrada num conjunto monumental -consagrado à glória dos fuzileiros navais- existente no Cemitério Nacional de Arlington, situado perto da cidade de Washington. Mas o filme em questão não se limita a isso. Explica-nos, também, como os serviços de propaganda militar fabricam os seus heróis com pessoas simples, por vezes nada talhadas para enfrentar a súbita fama que vai mudar as suas existências. Para o bem ou para o mal. Essa celebridade arruinou completamente a vida do jovem índio Pima que era Ira e comunicou-lhe um sentimento de insegurança e de culpabilidade, que esteve, em parte, na origem da sua morte prematura. «The Outsider» (que, ao que sei, nunca estreou em Portugal) é, também, uma fita sobre o alcoolismo e sobre o poder destruidor desse vício. Por todas essas razões (e por mais algumas), achei este filme muito, muito interessante. Ao mesmo tempo que lamento a sua quase confidencialidade.

sexta-feira, 24 de maio de 2013

INTERESSA-SE POR NAVIOS ?

Este vistoso navio é o paquete «VERA CRUZ», que pertenceu, outrora, à frota da extinta Companhia Colonial de Navegação, com sede em Lisboa. O «VERA CRUZ» transportou, no seu tempo, turistas e emigrantes para as Américas. E, em fim de carreira, militares, aos milhares, para as guerras coloniais travadas em África, entre os exércitos de Salazar e os guerrilheiros dos movimentos independentistas de Angola, da Guiné-Bissau e de Moçambique. O «VERA CRUZ», que, tal como o seu gémeo «Santa Maria», foi construído nos estaleiros navais da firma Cockerill Yards, de Hoboken, na Bélgica (onde eu cheguei a trabalhar), é um dos quase 1 200 navios retratados no meu outro blogue ALERNAVIOS; onde aqueles que se interessam pela história da navegação e por toda a espécie de embarcações (da primitiva jangada aos porta-aviões movidos por energia nuclear) podem encontrar matéria eventualmente interessante.

EXPOSIÇÃO DE LATOARIA TRADICIONAL

Estará patente na Biblioteca Municipal de Nisa, durante uma semana mais (até dia 31de Maio), a bonita e interessante exposição «Latoaria - a arte de meu pai». Uma boa oportunidade para se descobrirem -e admirarem- algumas interessantes peças geradas por essa actividade tradicional (e, infelizmente, em vias de extinção), apresentada por Hugo Farinha. A proposta cultural é tão escassa na nossa região (dizem que é por esta ser periférica...), que é sempre pena desperdiçarmos oportunidades como esta. Vá, vamos todos a Nisa ! Porque ainda há tempo...

terça-feira, 14 de maio de 2013

HELLO DAISIES !

Bonitas e simples, as margaridas são também um dos grandes símbolos da Primavera... Os campos da minha região estão repletos destas simpáticas flores. Que nos ajudam a reconciliar com a Natureza, que este ano nos 'prendou' com um Inverno longo, chuvoso, desagradável... Às margaridas também chamam, por aqui, bem-me-queres ou boninas. Geralmente, são mais pequenas do que aquelas que ilustram este texto. Que me parecem pertencer a uma espécie cultivada para fins ornamentais. De qualquer modo, são sempre vistosas, agradáveis de se ver, reunidas num canteiro ou crescendo, de maneira anárquica, em qualquer campo do nosso abençoado rincão.

VAI UM MOSCATEL DE SETÚBAL ?...

////////// Bem fresquinho, ao aperitivo, ou à temperatura ambiente, se servido à sobremesa, o Moscatel de Setúbal é sempre uma escolha judiciosa, uma escolha excelente. E se for um roxo, então é qualquer coisa de extasiante, de divinal. Infelizmente, este néctar nunca mereceu uma campanha de promoção no estrangeiro, que lhe assegurasse a divulgação internacional que há tanto tempo merece; e da qual já beneficiam os vinhos do Porto e da Madeira.

AVIAÇÃO EXÓTICA

Este quadrirreactor Illyushin Il-76 TD pertence à frota da companhia aérea russa Volga-Dniepr, com sede no aeroporto de Ulyanovsk. A curiosidade reside no facto deste tipo de aparelho ter sido (originalmente) concebido como avião de transporte militar de grande capacidade e de estar, aqui, a ser usado como cargueiro civil. Na verdade nada de inédito, mas, apesar de tudo, muito interessante, para quem se lembra do 'Candid' (código NATO do Il-76) e da sua presença (nas últimas décadas do século passado) nas fileiras da aviação soviética e nas forças aéreas das nações que integraram o extinto Pacto de Varsóvia. A companhia Volga-Dniepr (uma das mais importantes do mundo, no que respeita o transporte de carga pesada), foi fundada em 1990. A sua especialização levou-a a adquirir aparelhos como este -que podem descolar uma massa de 190 toneladas- e outros mastodontes como, por exemplo, o Antonov An-124. Esta companhia russa também tem um ramo passageiros, virado para o tráfego doméstico.

DERROTA COMPROMETEDORA

A equipa do Benfica pregou uma grande desilusão (mais uma) aos seus sócios e adeptos, no jogo que disputou contra o F. C. Porto, na noite de sábado passado. Não por ter jogado mal em casa deste seu temível adversário e seu único rival na corrida ao título. Não senhor ! Mas por ter (com culpas para o treinador e para a sua táctica) jogado para preservar um hipotético empate, quando ainda faltavam uns 60 minutos para o jogo terminar. E essa perigosa estratégia deu no que deu : uma humilhante derrota e (sobretudo) a mais que provável perda do tão cobiçado título de campeão nacional. Quanto à formação portista, cabe dizer-se que foi igual a si mesma, ou seja uma equipa corajosa, persistente, acreditando sempre que para vencer tem de se atacar e confiar que a vitória é possível até no último instante. Que desperdício para o Benfica ! Que acaba, com esta derrota estrondosa, por perder também aquele capital de confiança que lhe permitiria afrontar -em melhores condições anímicas- os ingleses do Chelsea na próxima quarta-feira, dia 15 de Março, em Amesterdão. Eu, que sou simpatizante do clube da Luz (sem fanatismo), já não acredito na conquista do troféu europeu em disputa. Mas, a ver vamos, como dizia o cego...

sábado, 11 de maio de 2013

«DOWNTON ABBEY»

////////// Vi ontem o derradeiro episódio da segunda temporada da série britânica «Downtom Abbey». E confirmo todo o bem que a imprensa mundial e os críticos disseram desta obra que Julian Fellowes criou para a ITV. «Downton Abbey» é, sem a menor dúvida, uma das grandes obras que a televisão propõs ao público nestas duas ou três últimas décadas. Estou impressionado e aguardo com ansiedade a chegada, até nós, dos episódios da terceira e definitiva temporada. Esta série merece (e creio que, nesse aspecto, a opinião dos telespectadores também é unânime) todos os elogios que lhe foram feitos e todos os prémios que recompensaram a sua qualidade. Tanto a nível técnico, como artístico. «Downton Abbey» conta-nos a saga familiar de lorde Grantham (personagem fictícia) e, com o mesmo grau de importância, o da sua numerosa criadagem. E é, de facto, muito curioso ver como, até ao começo dos anos 20 do século passado, se estabeleciam as relações entre esses dois mundos paralelos, mas interligados. Os actores são, todos eles, profissionais de excelência; que foram filmados de maneira inteligente e eficaz por uma equipa de peritos, encabeçados por nada menos do que seis experimentados realizadores. O quadro, o guarda-roupa, enfim todos os detalhes, são de excepcional qualidade e atingem um grau de sofisticação inigualável. «Downton Abbey» é, em suma e para terminar, uma das grandes referências da produção televisiva mundial. E, como diz o outro, já tenho saudades do que aí vem...

sexta-feira, 10 de maio de 2013

FESTIVAL DE ENCHIDOS, PRESUNTOS E MARANHOS

Enquanto lá fora (na Europa rica e culta) se vão promovendo festivais de música beethoveana e de outras artes eruditas, nós por cá vamos organizando patuscadas gigantescas. Às quais também damos o nome de festivais. Festivais onde, com os saborosos produtos das nossas regiões, vamos enchendo a pança e regando as goelas. Coisas que, em tempos de crise de imposição troikiana, já não é pouco. Enfim, cada um distrai-se com aquilo que tem... Aqui na minha região (Alto Alentejo ocidental + Ribatejo oriental + Beira Baixa meridional) surge agora o festival mencionado em epígrafe, que tem o alto patrocínio do Município de Mação e da Associação Pinhal Maior e que conta com o concurso de uma dezena de restaurantes. O objectivo é, naturalmente, promover os bons comestíveis do referido concelho, nomeadamente os seus enchidos tradicionais, o presunto e os maranhos. Que por aqui, por estas bandas, dão cartas e ajudam a ensopar os bons vinhos que por aqui igualmente se fazem. Este festival começa já amanhã, sábado dia 11 de Maio e vai prolongar-se até 30 de Junho. Se não conhecer esta região do médio Tejo, é favor dar cá um saltinho. Porque daqui levará, com toda a certeza, muito boas recordações.

LONJURAS : O MONTE FUJI (JAPÃO)

Situado na ilha de Honshu, junto à costa do Pacífico, o Fuji Yama é a montanha mais alta do arquipélago nipónico. Culmina a 3 776 metros de altitude e é, também, um dos emblemas mais genuínos do Império do Sol Nascente. Nas fotografias que aqui ficam, vemos o cone superior desta montanha emergir de um mar de nuvens. Todo um símbolo, se pensarmos nas tragédias que, ao longo das últimas 7 décadas, se abateram sobre o antigo país dos samurais (guerras, ocupação militar, sismos e maremotos, desastres industriais) e na capacidade que têm os japoneses em manterem-se no 'top' da modernidade. Na foto inferior, pode apreciar-se outra belíssima fotografia do monte Fuji com uma cuidada plantação de chá a seus pés.

PACO DE LUCÍA E CARLOS DO CARMO NO BADASOM 2013

O guitarrista Paco de Lucía e o fadista Carlos do Carmo serão as figuras de proa do Badasom 2013, Festival de Flamenco e Fado de Badajoz. Este evento terá lugar no Auditório Ricardo Carapeto da cidade banhada pelo Guadiana, nos dias 10, 11, 12 e 13 de Julho. Além dos artistas supracitados, prevê-se também a participação de Carminho, Macaco, Buraka Som Sistema, Diana Navarro e Território Flamenco, entre outros. Este acontecimento, que se realiza há vários anos (o de 2012 foi anulado por causa da crise que grassa nos dois países da Ibéria) pretende transformar-se, futuramente, num Festival de Músicas do Mundo, com a participação de artistas oriundos da África lusófona e da América Latina. Os bilhetes para este grande encontro musical, que se realizará perto de nós, estarão brevemente à venda em locais a divugar.

BOMBAS VITAMÍNICAS

///////// Esta bela imagem (de frutos e sumos frescos) é boa para a saúde. Desde que, obviamente, seja materializada e os seus componentes consumidos com a regularidade desejável.

ARTE FOTOGRÁFICA

Toda a gente se lembra da belíssima fotografia de topo, que valeu ao português Daniel Rodrigues -um jovem de 25 anos- o prémio da World Press Photo 2013, na categoria 'Vida Quotidiana'. Tirada na Guiné-Bissau, a dita ilustra um jogo de futebol disputado entre gente da aldeia de Dulombi, onde o artista supracitado cumpria uma missão de voluntariado. Curiosamente, esta fotografia lembrou-me uma mais antiga (que também aqui publicamos, em baixo), consagrada ao mesmo tema e tirada por um outro prestigioso artista nacional. Também ele premiado em certames domésticos e internacionais. Estou a falar de Augusto Cabrita (1923-1993), saudoso fotógrafo barreirense. Que, diga-se de passagem, eu tive a honra de conhecer...

VELHOS VEÍCULOS, VELHAS PUBLICIDADES

/////// Estas fotografias de veículos antigos com velhas publicidades são, quanto a mim, de um 'charme' extraordinário. As que hoje aqui vos deixo, mostram um furgão Citroen do tipo H (que eu bem conheci) exibindo uma publicidade ao restaurante 'S'Ochsestuebel', de Obenheim, uma cidade da Alsácia (França). A segunda refere-se a um camião UNIC do modelo Izoard (também do meu tempo), que promove as vendas do leite condensado Mont Blanc. Quanto à última foto, confesso que não consegui identificar nem a marca, nem o modelo do veículo (aparentemente mais antigo que os precedentes) que aqui exibe uma mensagem publicitária ao detergente Saponite...

«OS FUGITIVOS DE ZAHRAIN», UM FILME ESQUECIDO

Aqui há uns bons meses atrás, falava, neste blogue, do desaparecimento misterioso de algumas fitas que eu havia visto e apreciado na minha juventude. Uma delas intitulava-se «OS FUGITIVOS DE ZAHRAIN» («Escape from Zahrain»). Trata-se de um filme estreado em 1962 e com acção decorrente num país imaginário do Próximo-Oriente, produtor de petróleo, onde o ditador local tentava eliminar (fisicamente) o principal opositor ao seu odiado regime. Após a fuga do patriota, o governante em questão mandou os seus esbirros persegui-lo através de um agreste deserto, para o impedir de atravessar as fronteiras do país. Tudo isto, redundou num filme assaz movimentado, que eu não via desde meados da década dos 60. Tive agora a ocasião de rever essa fita com realização de Ronald Neame e com protagonização de Yul Brynner, Sal Mineo, Jack Warden e Madlyn Rhue. E confesso que gostei deste filme, injustamente condenado ao ostracismo. Comprei o respectivo DVD (sem legendagem em língua portuguesa) no 'site' da DVDgo -empresa agora aliada à Casa del Libro- pela módica quantia de 5,95 euros. Com IVA e portes incluídos ! Nota final : Os envios pela DVDgo, que eram de uma rapidez exemplar, são agora, incompreensivelmente, mais morosos...