quarta-feira, 23 de outubro de 2013

CUIDADO COM A ARMADILHA DO CONSUMISMO COMPULSIVO

//////////// O consumismo compulsivo e exacerbado é um fenómeno recorrente das sociedades ocidentais ou ocidentalizadas. Sociedades onde os vendedores de supermercados (mas não só eles) aprendem técnicas que nos induzem a comprar artigos que, na realidade, são perfeitamente dispensáveis. E que não concorrem, minimamente, para nos proporcionar mais conforto e mais felicidade. Embora eu não seja, de todo, um exemplo a seguir, a verdade é que já há muito tempo compreendi as tácticas dos grandes centros comerciais, onde se entra para comprar 1/2 kg de bifes, 4 papossecos e uma escova de dentes e de onde se sai com o carrinho a transbordar de coisas prescindíveis. Eu conheço gente (inclusivamente na minha família e no meu círculo de amigos) que ainda não compreendeu muito bem o jogo em questão e que mergulham de cabeça, passe o termo, nessas verdadeiras armadilhas. Que afectam gravemente o seu orçamento mensal e que, muitas vezes, até comprometem o presente e o futuro financeiro das suas famílias. Conheço gente que, graças ao crédito fácil (agora muito mais difícil de obter junto das entidades bancárias), se endividou quase para o resto da vida. Com a aquisição de casas de 'standing' elevado, a troca frequente de automóveis, as férias passadas em recantos exóticos, etc, etc. O resultado desse esbanjamento (que não foi de todos, é certo) é aquele a que hoje assistimos em Portugal e noutros países do continente europeu e nas Américas, onde esse padrão de vida nos foi imposto por aqueles que, de um momento para o outro, nos mergulharam nesta maldita crise. Que está aí para durar, não tenho dúvidas. Nós vivemos agora num tempo em que trabalhar -esse direito consignado pelas constituições de todas as democracias- é quase um privilégio, um luxo. Por isso, e enquanto não se acertam as contas com os exploradores que inventaram a crise, para acumular rios de dinheiro à custa da desgraça de muitos milhões de seres humanos, há que ter muito cuidado com os parcos tostões que nos restam. Recusando por o pé na ratoeira do consumismo coersivo. Tal como o recomendam todas as associações de defesa dos consumidores, eu já consigo -antes de entrar numa grande superfície comercial- fazer a lista dos artigos que necessito comprar e sair dali com aquilo que dela consta. Nem mais, nem menos. Defenda-se, faça o mesmo. Vai ver que não custa nada e que sairá a ganhar neste jogo.

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