domingo, 2 de novembro de 2014

A ESSÊNCIA DOS NOSSOS POETAS



SOU COMO A ÀGUA DO RIO

Se fui rio já me não lembro,
Só sei que corri demais,
Numa busca de oceano,
Num esforço desumano,
De banhar praias iguais.

De encontro ás margens, feri-me
Mas o instinto era a foz,
Nem diques me detiveram
E as fontes que me esqueceram
Enriqueceram-me a voz

No meu canto há branca espuma,
E há sedimentos de lodo,
E se há momentos de calma,
Eu convido a minha alma,,
A reflectir o céu todo.

As pontes que me atravessam,
São as certezas que tenho,
Que ao cantar d'olhos fechados,
Vejo os pólos limitados,
E o mundo do meu tamanho.

** Mário Martins**

Este belo poema foi associado à música do 'fado Tamanquinhas' (da autoria de Carlos Simões Neves) e cantado, com êxito, por Lenita Gentil. Infelizmente, não conhecemos dados biográficos de Mário Martins; que aqui gostaríamos de deixar para informação e apreciação dos leitores do blogue.


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