sábado, 1 de novembro de 2014

FOTOGRAFIAS COM HISTÓRIA (20)

A fotografia aqui apresentada mostra o paquete «Vera Cruz» numa fase adiantada da sua construção. Este instantâneo foi captado em 1951 (ou 1952 ?) no estaleiro naval da firma S. A. John Cockerill de Hobboken, uma localidade belga próxima de Antuérpia e banhada pelo rio Escalda. Trabalhei lá há muitos anos, num tempo em que este grande e bonito paquete da Companhia Colonial de Navegação já vivia os seus derradeiros anos de vida. De uma vida plena, que o fez percorrer mares e oceanos, com passageiros de todas as nacionalidades. A última etapa da sua vida foi menos feliz : mobilizado para assegurar o transporte de tropas para as colónias portuguesas de África, o «Vera Cruz» foi o palco de muitas lágrimas de quem viu a sua vida interrompida pelos caprichos de um ditador que não sentiu soprar os ventos de mudança da História. Que, na década de 60 do século passado, já haviam condenado -irremediavelmente- a aventura colonialista. Como, aliás, o haviam percebido os dirigentes do Reino Unido, da França, da Bélgica e de outras nações europeias; que com essa percepção da realidade evitaram guerras mortíferas aos seus cidadãos e aproveitaram o dinheiro que nelas poderiam ter gasto para o desenvolvimento dos seus países.  O «Vera Cruz» -que era irmão gémeo do «Santa Maria», também ele construído pelo mesmo estaleiro belga- era um navio com cerca de 22 000 toneladas de arqueação bruta, que media 186 metros de comprimento por 23 metros de boca. Podia, em condições normais, acolher 1 242 passageiros, para além de 300 tripulantes. Bastante confortável e rápido, este magnífico navio tinha como rota privilegiada a dos portos americanos, tanto do norte como do sul. Como a do Brasil, por exemplo, país que inspirou o seu nome. Em baixo : um postal promocional da C.C.N. mostra o «Vera Cruz» no tempo do seu explendor. (Clicar com o rato sobre as imagens para as ampliar).

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