domingo, 23 de novembro de 2014

ESCÂNDALOS : NOVO ESTOIRO !

A notícia da prisão de José Sócrates -antigo 1º ministro de Portugal- caiu, entre nós, como uma bomba de 1 000 kg e perturbou o nosso dia a dia, geralmente ocupado entre aqueles pequenos actos que nos garantem a sobrevivência e as telenovelas da TVI ou os extractos (também eles televisivos) das vitórias do Benfica. E como é hábito por cá, ainda sem nada se saber sobre os contornos de mais este caso, já se conta tudo sobre o fadário de um homem acusado de corrupção, branqueamento de capitais e falsificação de documentos. Isso, porque os jornais (pelo menos alguns deles) querem vender papel, os canais da TV e os emissores de rádio querem aumentar audiências e porque o povo português é dado ao falatório como nenhum outro; e também porque não gosta (nem com molho de tomate) daqueles que (pensa ele) engordam à custa da política, ao mesmo tempo que os seus salários e pensões de reforma (assim como o seu acesso à saúde, à educação, à segurança) vão minguando, minguando... Nestas circunstâncias o povo parece exultar com os vexames de gente que não estima e pela qual ele até vai alimentando alguns odiozinhos de estimação. Sócrates não foge à regra e o seu julgamento já está a fazer-se na praça pública, como por cá é habitual. Eu confesso que não gosto deste ex-governante, que eu considero responsável (tanto como aqueles que hoje estão no poleiro) pela crise económica, social e moral que Portugal está a atravessar e que todos estamos a viver. Mas acho que é do mais elementar bom senso -antes de lhe atirar pedradas ou de mergulhá-lo no amargo caldo da ignomínia- esperar pela apresentação pública das provas que o condenem. Ou que o ilibem. De qualquer modo, o homem já está ('à tort ou à raison') por terra e é indecente e algo desumano continuar a bater no ceguinho...

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