domingo, 17 de julho de 2016

CINE-SAUDOSISMO (50)

«OS PISTOLEIROS DA NOITE» («Ride the High Country») é, quanto a mim, o melhor western realizado por Sam Peckinpah. Estreado em 1962, contou com a participação dos veteranos Randolph Scott (do qual foi o derradeiro filme) e Joel McCrea (duas figuras incontornáveis do cinema do género), para além da presença de outros bons actores como Mariette Hartley, Ron Starr, Edgar Buchanan, James Drury, Warren Oates e L. Q. Jones. Esta fita, produzida e distribuída pela MGM, conta-nos a história de dois antigos representantes da lei, que aceitam uma missão de alto risco. Que consiste em assegurar a protecção de um carregamento de ouro, entre a mina e o banco mais próximo. Missão que, em princípio, lhes permitirá assegurar uma reforma confortável. O problema é que um deles deseja mais do que o seu quinhão e concebe o projecto de se apoderar do carregamento de metal precioso para seu exclusivo proveito. Mas esse não é o único problema que o incorruptível Steve Judd terá que enfrentar, pois outros malfeitores cobiçam o ouro confiado à sua guarda. E na hora da verdade, o envelhecido ex-xerife terá de fazer face a um número de atacantes mais elevado que previsto e acaba, fatalmente, por sucumbir aos graves ferimentos recebidos durante a refrega. O seu exemplo de integridade, o seu espírito de sacrifício, vão, no entanto, emocionar o seu companheiro Gil, que promete ao moribundo entregar todo o ouro ao seu legítimo proprietário. Fim moral, o que nem sempre acontece no cinema de Peckinpah, que se caracteriza -como é sabido- pela sua extrema violência e por violar as regras e códigos de um género clássico entre os clássicos. Este filme foi (merecidamente) premiado em vários festivais internacionais (como o de San Sebastian, por exemplo) e considerado o 'Melhor Filme do Ano' no México. Não sei se «OS PISTOLEIROS DA NOITE» alguma vez mereceu a atenção dos nossos editores de videogramas e se a cópia do filme foi comercializada no nosso país. Mas se isso ainda não aconteceu, é tempo que se pense em fazê-lo; porque se trata de um dos melhores e mais fascinantes westerns da década de 60.

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