sábado, 9 de julho de 2016

O ALMIRANTE E O VINHO DO PORTO

Diz a tradição, que lorde Horácio Nelson (1758-1805) -almirante e estratego da 'Royal Navy' e grande vencedor, em Trafalgar, da frota hispano-napoleónica- traçou os planos dessa duríssima batalha no tampo de uma mesa da sua camarinha, no navio «Victory»; molhando, para isso, o dedo num cálice de vinho do Porto, o seu néctar preferido. Durante o recontro, o grande almirante inglês -que em precedentes combates já havia perdido um olho e um dos braços- foi ferido mortalmente, a tiro, por um marinheiro francês do navio «Le Redoutable». E, também ao que se diz, os seus subordinados colocaram o seu corpo exangue num barril do precioso vinho do Douro, na esperança de o manterem vivo até ao seu regresso a Inglaterra. A 'habilidade' não surtiu, porém, o efeito desejado e Nelson acabou mesmo por morrer a bordo do navio-almirante da sua frota, em águas do Mediterrâneo ocidental. Não sei se isto é realidade ou se não passa de uma lenda, envolvendo a figura quase mítica de um dos maiores capitães da guerra naval e o mais precioso dos nossos vinhos. Seja o que for, é uma história trágica, e, convenhamos, pouco banal. E é, impregnado do espírito daquela personagem de «O Homem que Matou Liberty Valance» (um dos grandes filmes da carreira de John Ford) que aqui deixo este texto. Porque, cito de memória, 'quando a lenda é mais forte ou mais bela do que a realidade, deve prevalecer a lenda'.

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