terça-feira, 26 de julho de 2016

O HORROR DO DIA

O horror do dia (26/07/2016) foi o que, esta manhã, ocorreu em Saint Étienne-du-Rouvray, uma localidade de 27 000 habitantes situada na área urbana de Rouen, capital histórica da Normandia. Chocou-me particularmente o facto do padre assassinado ser um ancião de 80 anos (que barbaridade !), mas também porque o lugar desse crime abjecto se situar a escassos 3 km do meu domicílio de Grand Quevilly e de eu próprio ter trabalhado (durante vários anos) numa agência bancária implantada em frente ao edifício da Câmara Municipal de Saint Étienne-du-Rouvray, cuja entrada serviu, hoje, de palco ao presidente François Hollande para o discurso de circunstância e de plataforma de onde foram transmitidas todas as reportagens televisivas e radiofónicas sobre tão horroroso acontecimento. Saint Étienne alberga uma fortíssima comunidade muçulmano-magrebina, nomeadamente no bairro de Château Blanc; que até há relativamente pouco tempo convivia (sem, todavia, se misturar) com a colónia portuguesa local (também ela numericamente importante), com franceses e com gente oriunda dos mais diversos países. As pessoas coexistiam ali, respeitando o espaço devido aos outros e sem se hostilizarem. Sempre assim foi. É de crer que, com a malfadada aparição do radicalismo islâmico, as coisas mudaram para (muito) pior e que as regras de outrora deixaram de o ser. Que se terá passado, entretanto, para que este drama atroz -cometido de sangue frio por dois rapazolas de 20 anos- viesse agravar uma situação já bastante complicada ? -E que fazer para reverter esta intolerável onda de loucura que avassala a França ? -Responda quem souber...


O padre Jacques Hamel -um octogenário- foi a vítima designara de dois jovens facínoras sem fé, nem lei. Que foram prontamente abatidos pela forças policiais, porque ameaçavam a vida de outros reféns. Coisa curiosa e paradoxal : o padre Hamel fazia parte de uma organização interreligiosa, que pugnava por uma boa relação entre cristãos e muçulmanos.

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