sábado, 22 de julho de 2017

PÉRFIDA DALILA, DESGRAÇADO SANSÃO

Todos aqueles que, como eu, receberam educação cristã (mas não só), se lembram da história bíblica de Sansão e Dalila. Que é divulgada pelo Antigo Testamento, mais exactamente pelo «Livro dos Juízes». É verdade que a tal formação religiosa era (e será ainda) feita na catequese, no tempo recuado em que, na então chamada escola oficial, também íamos aprendendo as primeiras letras. Com o passar do tempo, essa memória foi-se esvaindo, deixando apenas na cabeça dos meninos da minha idade uma imagem difusa. Felizmente, que já existia Hollywood, para nos lembrar tudo aquilo e de maneira mais perene. Para mim, essa recordação de menino foi avivada pelo filme «Sansão e Dalila» («Samson and Delilah»), realizado em 1949 por Cecil B. DeMille; o rei das superproduções com milhares de figurantes e filmadas em surpreendente TechniColor. Creio ter visto essa fita -com Victor Mature e Hedy Lamarr no desempenho dos principais papéis- em finais dos anos 50 da passada centúria.  E com o qual fiquei, naturalmente, deslumbrado... A história contada pelo filme (e pelo texto bíblico) é a seguinte : em tempos recuados, numa Palestina dominada pelos Filisteus, Sansão um eleito de Deus é dotado de força descomunal; cujo segredo reside no facto de nunca lhe ter sido cortada a guedelha. Ora este hebreu rebelde, apaixona-se (depois de enviuvar) pela sua sedutora e ambiciosa cunhada, Dalila; que, a mando dos malvados Filisteus e a troco de uns cobres (que dão sempre jeito), subtrai ao amante o segredo da sua força e, era fatal, lhe corta os cabelos. Acto maldoso que, subsequentemente, permite a captura do musculado herói. Que, nas mãos dos seus captores, vai sofrer as passinhas do Algarve... Não conto o resto, porque talvez haja ainda por aí alguém(*) que nunca tenha visto esta fita, com quase 70 anos de existência, e que me acuse de ser um desmancha-prazeres. Um desaforado lhe roubou o gosto de descobrir (sozinho) o final do filme. Mas deixo aqui a todos algumas imagens dessa produção dos estúdios Paramount, que -quando eu ainda saía da meninice- tanto me impressionou.

(*) O impagável Groucho Marx gabava-se de nunca ter ido ver «Sansão e Dalila». Porque teria detestado ver uma fita na qual «o herói tinha os peitos maiores» que os de Hedy Lamarr.

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