sexta-feira, 25 de agosto de 2017

O VALBOEIRO

O valboeiro (ou barca valboeira) navegou no Douro, onde os seus usuários se dedicavam essencialmente à pesca (do sável em particular) e ao transporte de mercadorias e de passageiros entre Valbom, de onde é originário como o seu nome indica, e a margem oposta daquele rio. Mas também tinha capacidades para navegar no mar, junto à costa. Era (e é, porque ainda subsistem alguns exemplares) uma embarcação rudimentar -mas sólida- que media uns 18 metros de comprimento e içava uma vela de carangueja num mastro situado à proa. Não tinha leme, mas, em sua substituição, usava um longo remo de pá, tal como o rabelo. Bastavam 2 ou 3 homens para governar o valboeiro. Em função dos géneros que transportava, chamavam-lhe, outrora, 'barco das padeiras' ou 'barco das toucinheiras'. Na sua versão para passageiros, era costume usar uma 'camareta', que protegia os viajantes das intempéries, oferecendo-lhes, consequentemente, mais conforto durante as curtas travessias. Era muito semelhante a uma outra embarcação do norte de Portugal, identificada como barco de Avintes. Um antigo valboeiro é conservado e exposto no Museu de Marinha, de Lisboa.

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