-Quem, em Portugal, conhece António Raposo Tavares ? Certamente, muito pouca gente. E, no entanto, este alentejano do século XVII -nascido numa recôndita e modesta aldeia do actual concelho de Mértola- foi uma das figuras mais marcantes do Brasil colonial. E um dos homens que mais contribuiu para fazer dessa nação latino-americana o país mais extenso do hemisfério sul e (com os seus 8 515 767 km2 de superfície) o quinto mais vasto do mundo. Servem estes preliminares para vos convidar a ler o «Público» de ontem, que, numa longa e muito bem documentada crónica da autoria de Carlos Dias, nos apresenta a personagem em questão. A figura heróica desse grande bandeirante, certo, mas, igualmente, o seu lado mais obscuro de caçador de índios e de inimigo acérrimo dos padres Jesuítas. Raposo Tavares foi, não haja a mínima dúvida quanto a isso, um dos luso-brasileiros mais importantes da História do país para onde se transferiu ainda jovem; talvez para escapar às perseguições da Santa Inquisição, por ser Cristão Novo. Se já não encontrar nas bancas o jornal (de ontem) citado, peça ao seu vendedor habitual que lhe o encomende, porque vale mesmo a pena ler o texto supracitado. Acredite !
Estátua de António Raposo Tavares em Beja. Que, ao que parece, muitos assimilam à representação de um banal caçador de outros tempos...
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