sábado, 2 de setembro de 2017

UM PALÁCIO EM BELÉM

Este imponente edifício (à direita na imagem) foi mandado construir, em 1559, por D. Manuel de Portugal, filho do 1º conde de Vimioso. Situava-se na zona ocidental de Lisboa (em Belém), em terrenos próximos do rio, mas ainda isolado do resto da capital do Reino. No século XVIII, quando era propriedade do conde de Aveiras, foi comprado pela Casa Real (mais concretamente por el-rei D. João V), que o transformou e o aumentou substancialmente. É, aliás, desse tempo que data esta gravura. Aquando do devastador terramoto de 1755, era ali que, momentaneamente e por ser dia feriado, se encontrava D. José I e respectiva corte, que, devido à solidez da construção, sobreviveram ao sismo. Depois disso e num primeiro tempo, com medo das réplicas, o rei e a sua família passaram a viver em tendas implantadas nos jardins do palácio; enquanto o edifício foi disponibilizado para receber alguns dos muitos feridos vítimas do desastre. A partir do reinado de D. Maria II, vários soberanos elegeram este paço para sua residência oficial e ali nasceram o malogrado infante D. Luís Filipe (assassinado aquando do Regicídio) e o futuro rei D. Manuel II. Depois da implantação da República (em 5 de Outubro de 1910) o palácio em questão foi designado residência oficial dos presidentes do novo regime; que, coisa curiosa, eram obrigados a pagar uma renda periódica à Nação. Desprezado pelo Estado Novo, aquele que é o actual Palácio Nacional de Belém, recuperou o seu antigo estatuto e a sua importância e serve, depois da revolução do 25 de Abril de 1974, de residência ao chefe de estado. É Património Nacional desde 2007 e, desde então, ali são organizadas, todos os sábados, visitas públicas guiadas. Curiosidade : ali esteve instalado, em recuados tempos, o famoso Pátio dos Bichos, de onde os condenados saíam para o patíbulo.

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