quarta-feira, 13 de setembro de 2017

VALE MAIS ESTAR OK DO QUE FICAR KO

A língua portuguesa (aliás, como quase todas as outras) é muito permeável a palavras e expressões vindas do estrangeiro, a vocábulos comuns a outros idiomas. Dois desses termos que vieram para ficar, foram os formados -separadamente- pelas letras OK (que significa 'tudo bem') e KO, que se refere a uma situação de inconsciência, geralmente provocada por um demolidor murro. Que até pode ser um 'murro' do destino...Ambos nos chegaram indirectamente dos Estados Unidos da América, provavelmente durante o século passado. E, talvez, trazidos pelos muitos milhares de soldados americanos que passaram pela Europa ocidental durante as duas guerras mundiais. -Mas, como se formaram as ditas expressões ? Em relação à última, KO, não há dúvidas : é a abreviação do termo de pugilismo 'knockout', que certos léxicos já aportuguesaram para nocaute; e que se refere a uma situação decretada pelo juiz de um combate de boxe, quando -após a contagem regulamentar até 10- um dos lutadores (derrubado pelos socos do adversário) não dá acordo de si e não pode levantar-se para continuar a luta. Depois, o termo estendeu-se a situações generalizadas de fraqueza. Como, por exemplo, no mundo dos negócios é hábito dizer de alguém : fulano está KO, quando o dito se arruinou.
Quanto ao outro terno (com as letras invertidas, OK) é de origem mais polémica. Mas aquela que, de todas, parece ser a mais plausível e que é defendida por muitos historiadores, é a seguinte : durante a Guerra Civil americana -que se desenrolou entre 1861 e 1865- era costume afixar nos edifícios públicos das localidades (escritórios de xerifes, de presidentes de municípios, igrejas, etc) a lista periódica dos filhos da terra caídos em combate. E, quando, por felicidade não havia a lamentar vítimas locais, colocava-se ali uma folha com a simples inscrição '0 (zero) killed'; que significava, obviamente, 'nenhum morto'. Acontece que, depois das pessoas se terem habituado a essa mensagem optimista, recorria-se, frequentemente à abreviatura 0K. E com o passar do tempo, o zero passou a ser confundo com a letra O e o OK, assim engendrado, entrou na linguagem corrente dos norte-americanos com o significado de que 'tudo vai bem'; que é como quem diz 'tudo está OK'. -Curioso, não é verdade ?

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