domingo, 22 de outubro de 2017

HISTORIETA VERÍDICA


Em Portugal, a chamada dinastia Filipina foi constituída por três soberanos espanhóis, todos eles de nome Filipe. Que por cá reinaram de 1580 até 1640, ano da restauração da nossa independência e da ascensão ao trono de Portugal de D. João IV. Foram eles Filipe II (filho de Carlos V e de Isabel de Portugal) e os seus descendentes directos e sucessores Filipe III e Filipe IV. Figuras que, na nossa História, ficaram registadas, como é sabido, com os nomes de Filipe I, Filipe II e Filipe III. O que, talvez, muita gente não saiba é que o último dos Filipe que cingiu a coroa portuguesa (Filipe IV, ou III, como se preferir) era um homem algo vaidoso, que, em vida, escolheu ele próprio o cognome de «o Grande». Ora com a perda do trono de Portugal e do território nacional, o soberano ressentiu-se. Mas um dos seus cortesãos, o 7º duque de Medinaceli, don Luis Antonio de la Cerda y Dávila (1607-1671) teve esta extraordinária e bajuladora saída : «Passa-se com Sua Majestade o que se passa com os buracos, quanto mais terra perdem 'más grandes' são». Notas : a História de Espanha também chama ao derradeiro dos 'nossos' Filipes «o Rei Planeta». O retrato aqui anexado de Filipe IV/III é da autoria de Velásquez (que, curiosamente, era de ascendência portuguesa) e pertence às colecções da National Gallery, de Londres.

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